Seul – Em resposta ao recente fracasso de lançamento de um satélite espião, a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo Jong, assegurou que a Coreia do Norte em breve terá sucesso ao colocar um satélite espião militar em órbita.
Ela também reforçou que Pyongyang está comprometida em fortalecer sua capacidade de vigilância militar, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pela agência de notícias estatal KCNA.
Kim Yo Jong, uma proeminente autoridade governamental, afirmou em um comunicado em inglês: “É certo que o satélite de reconhecimento militar será corretamente colocado em órbita espacial em um futuro próximo e iniciará sua missão”. Suas declarações vieram na esteira da falha do lançamento de um satélite norte-coreano na quarta-feira.
Especialistas estimam que podem ser necessárias várias semanas ou mais para identificar e corrigir os problemas que levaram à falha do foguete, conforme indicou um legislador sul-coreano na quarta-feira, citando a agência de inteligência da Coreia do Sul.
Em uma rara confissão de falha, a KCNA reportou que o foguete Chollima-1, que transportava o satélite de reconhecimento militar “Malligyong-1”, caiu no mar após um acidente.
Nesta quinta-feira, a KCNA divulgou imagens do que alega ser o novo foguete decolando de uma plataforma costeira. O foguete, de cor branca e cinza, apresenta um nariz bulboso, sugerindo a capacidade de transportar um satélite ou outra carga.
Ankit Panda, do Carnegie Endowment for International Peace, confirmou que as imagens indicam que o foguete é de novo design. Panda acrescentou que “O lançamento usou a nova plataforma costeira que eles construíram em Tongchang-ri”.
Relatórios de monitores americanos, incluindo o 38 North e o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, apontam para uma atividade significativa na plataforma principal após o lançamento de quarta-feira.
As imagens divulgadas pela mídia estatal da Coreia do Norte levaram o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul a presumir que o foguete foi lançado de uma nova plataforma.
O lançamento de quarta-feira enfrentou críticas globais, incluindo da Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos. Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, declarou que qualquer lançamento de Pyongyang usando tecnologia de mísseis balísticos viola as resoluções do Conselho de Segurança.
Em resposta, Kim Yo Jong defendeu que as críticas ao lançamento são “autocontraditórias”, uma vez que os EUA e outros países já lançaram “milhares de satélites”.
Kim Son Gyong, vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, também criticou as atividades militares lideradas pelos Estados Unidos na região em uma declaração separada divulgada pela KCNA.
Foto: REUTERS
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