Japão

Escândalo financeiro abala governo japonês e leva à renúncia de 4 ministros, entenda os detalhes

O apoio público ao governo do primeiro-ministro Fumio Kishida diminui para menos de 20%

Escândalo financeiro abala governo japonês e leva à renúncia de 4 ministros, entenda os detalhes
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Tóquio, Japão — O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, está no epicentro de um dos maiores escândalos financeiros a abalar o Partido Liberal Democrata (PLD) em décadas.

Promotores deram início a uma investigação criminal para apurar se dezenas de legisladores receberam dinheiro de eventos de arrecadação de fundos, nos quais centenas de milhões de ienes não foram declarados nos registros oficiais do partido, conforme relatado pela agência Reuters.

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O escândalo resultou na renúncia de quatro ministros do gabinete, enquanto o apoio público à administração de Kishida despencou para menos de 20%, marcando a mais baixa aprovação desde que assumiu o cargo em outubro de 2021. As dúvidas sobre sua liderança agora ameaçam desestabilizar seu governo.

O que desencadeou a crise?

No Japão, a Lei de Controle de Fundos Políticos proíbe doações corporativas a legisladores individuais. No entanto, permite que entidades políticas angariem fundos por meio da venda de ingressos para eventos de arrecadação, desde que essas doações sejam devidamente declaradas nas contas do partido.

No escândalo em questão, facções internas do PLD e alguns legisladores omitiram parte das receitas provenientes dos ingressos, mantendo dinheiro fora dos registros de financiamento partidário.

Qual é o valor não declarado?

A investigação concentra-se na maior e mais influente facção do LDP, conhecida como Seiwa-kai, anteriormente liderada pelo falecido primeiro-ministro Shinzo Abe, também chamada de “facção Abe”. Cerca de 500 milhões de ienes (3,52 milhões de dólares) foram transferidos para vários legisladores, incluindo figuras de alto escalão, nos últimos cinco anos.

Como o escândalo veio à tona?

As alegações vieram à tona há mais de um ano por meio de um jornal vinculado ao Partido Comunista, que faz oposição ao governo.

Com base nesse relatório, um acadêmico apresentou várias queixas criminais ao Escritório dos Promotores Públicos do Distrito de Tóquio. A mídia local começou a noticiar no início de novembro que os promotores estavam investigando as alegações.

Escândalos passados no histórico do PLD Históricos escândalos financeiros já levaram à renúncia de várias administrações do PLD, partido que exerce o poder na maior parte do período pós-guerra do Japão.

Exemplos notáveis incluem a renúncia do então primeiro-ministro Kakuei Tanaka em 1974, devido a negócios imobiliários obscuros e suborno internacional, e a saída de Noboru Takeshita em 1989, por acusações de negociações suspeitas com a empresa Recruit. Em 2010, Yukio Hatoyama renunciou por subnotificação de arrecadação de fundos.

Foto: Reprodução/NHK

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