Tóquio, Japão — As últimas informações econômicas do Japão sugerem que o índice de inflação do atacado registrou uma queda pelo quinto mês consecutivo em maio, impulsionada por uma redução nos preços de commodities e combustíveis. Estes dados reforçam a hipótese de uma possível redução na pressão inflacionária sobre os consumidores.
De acordo com dados revelados na última segunda-feira (12), as evidências sugerem que os custos crescentes que levaram ao aumento da inflação ao consumidor estão começando a arrefecer. Estes números apoiam a perspectiva do Banco do Japão (BOJ) de que a inflação ao consumidor tende a diminuir nos próximos meses, paralelamente à queda nos preços globais das commodities.
O BOJ planeja manter a sua política monetária ultra-expansiva esta semana, sustentando suas previsões de uma recuperação econômica moderada. Segundo informações fornecidas à Reuters, o BOJ espera que o forte gasto de empresas e famílias atenue o impacto da desaceleração da demanda externa.
Os dados do BOJ mostraram que o índice de preços de bens corporativos (CGPI), que calcula o preço que as empresas cobram entre si por bens e serviços, teve um aumento de 5,1% em maio em relação ao mesmo período do ano passado. Este valor é menor que a previsão média de mercado, que estimava um crescimento de 5,5%.
Essa alta surge após uma revisão do aumento de 5,9% em abril, e é muito inferior ao pico de 10,6% alcançado em dezembro do ano passado. Uma queda nos preços de eletricidade, combustível, metais não ferrosos e produtos químicos contribuiu para essa desaceleração, conforme os dados revelados.
Contudo, os preços de alimentos e bebidas aumentaram 7,9% em maio em relação ao mesmo período do ano passado, e os de equipamentos elétricos subiram 5,5%. Estes números indicam que os setores próximos aos consumidores, como o varejo e a restauração, ainda enfrentam pressões de custo elevadas.
A inflação ao consumidor no Japão atingiu 3,4% em abril, com as empresas mantendo o ritmo de aumento de preços. Isso lança algumas dúvidas sobre a previsão do BOJ de que a inflação vai se estabilizar lentamente para menos de 2% na segunda metade do ano fiscal atual, que termina em março de 2024.
Foto: REUTERS/Yuya Shino