Tóquio, Japão — Uma equipe de pesquisadores japoneses anunciou nesta quarta-feira que desenvolveu um novo bioplástico que não só é durável, mas também se degrada rapidamente na água do mar e pode ser produzido em massa.
A pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Kobe e outras organizações alimenta esperanças de que os oceanos do mundo possam um dia ser limpos dos resíduos plásticos.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, havia cerca de 30 milhões de toneladas desses resíduos no mar em 2022.
O novo bioplástico é feito de ácido polilático, um tipo de poliéster derivado de amidos como a cana-de-açúcar e o milho, conforme relatado pela equipe em seu estudo no jornal científico americano ACS Sustainable Chemistry and Engineering.
O ácido polilático, também conhecido como polilactídeo, chama a atenção como material alternativo aos plásticos à base de petróleo, mas o material é frágil e difícil de moldar e dissolver.
Um tipo de polilactídeo com degradabilidade aprimorada, conhecido como LAHB, já foi desenvolvido, mas é difícil de produzir em excesso.
Para lidar com essas deficiências, a equipe utilizou uma bactéria conhecida como lactato desidrogenase capaz de produzir plástico e, por meio de sua modificação genética, conseguiu produzir LAHB em massa.
O LAHB por si só é de cor branca turva, mas a equipe conseguiu obter uma aparência transparente típica adicionando uma pequena quantidade de LAHB ao ácido polilático convencional.
O governo japonês espera aumentar o uso de bioplásticos no país para aproximadamente 2 milhões de toneladas até 2030.
Seiichi Taguchi, professor da Universidade de Kobe na equipe, afirmou que o desenvolvimento do novo bioplástico “ajudará a combater o aquecimento global e levou a iniciativa de biomanufatura do governo a um nível industrial”.
Foto: Reprodução/Kyodo