Tóquio, Japão — Em uma descoberta perturbadora, uma pesquisa parlamentar no Japão revelou que mais de 6.550 pessoas foram submetidas a esterilização forçada sob a agora extinta lei de proteção da eugenia. O relatório provisório foi apresentado pelos secretariados da Câmara dos Representantes e da Câmara Alta aos chefes dos comitês da saúde, trabalho e bem-estar de ambas as câmaras da Dieta, o parlamento japonês, na segunda-feira (12).
O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar divulgou estatísticas indicando que aproximadamente 25 mil pessoas sofreram esterilização forçada durante o período abrangido pela lei.
No entanto, a pesquisa parlamentar descobriu registros detalhados apenas para 6.550 pessoas, representando cerca de 26% do número total reconhecido pelo ministério. Essas informações foram obtidas a partir de documentos governamentais de autoridades locais, conforme relatado no documento preliminar.
A lei de eugenia, promulgada em 1948, permitia a esterilização forçada de pessoas com deficiência e doença mental, justificada pelo conceito questionável de “melhoria da raça”. Somente em 1996, com a revisão da lei, as regras discriminatórias foram eliminadas.
O relatório parlamentar lançou luz sobre as experiências dolorosas vividas por muitos japoneses, que foram submetidos a essa prática desumana.
A pesquisa revelou que várias pessoas foram obrigadas a passar por cirurgias de esterilização por serem consideradas incapazes de criar filhos devido às suas condições econômicas. Esse dado levanta sérias questões sobre os direitos humanos e a igualdade no Japão.
A divulgação dessas informações marcantes sobre esterilização forçada no país gera um intenso debate público. Ativistas e defensores dos direitos humanos estão exigindo uma investigação aprofundada e ações para enfrentar esse triste capítulo da história japonesa.
Enquanto isso, o governo enfrenta crescente pressão para oferecer desculpas formais às vítimas e suas famílias.
A revelação desses casos de esterilização forçada no Japão serve como um lembrete angustiante de que é fundamental abordar e confrontar os erros do passado, garantindo que a dignidade e os direitos de todas as pessoas sejam respeitados no presente e no futuro.
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