Tóquio, Japão – Um painel do governo japonês apresentou propostas para alterações significativas em um programa de treinamento profissional destinado a trabalhadores estrangeiros, após a iniciativa ser alvo de casos de abusos trabalhistas.
A recomendação central do painel é a substituição do atual programa de estágio técnico por um que permita aos participantes trocar de empregador, sujeito a determinadas condições. O esquema vigente prevê um compromisso de até cinco anos e impede os trabalhadores de mudarem para outro empregador.
O relatório final, divulgado na sexta-feira por especialistas, detalha que o novo programa proposto teria a duração de três anos, focando no desenvolvimento de habilidades e conhecimentos especializados.
A implementação desse novo programa está prevista para setores como cuidados de enfermagem, construção e agricultura. Conforme destacado no relatório, aqueles que buscam obter um status específico de trabalhador qualificado terão que ser aprovados em testes de habilidades técnicas e no idioma japonês.
Além disso, o relatório menciona que os estagiários teriam a possibilidade de mudar de empregador dentro do mesmo setor, caso tenham completado mais de um ano de serviço e demonstrem habilidades técnicas e proficiência no idioma japonês.
Uma característica importante do novo programa é a busca por reduzir as taxas substanciais que muitos estagiários do sistema atual pagam a agências de recrutamento e intermediários. A proposta sugere uma estrutura na qual as empresas japonesas compartilhem os custos associados aos estagiários.
Essas mudanças visam não apenas melhorar as condições de trabalho para os participantes estrangeiros, mas também promover uma abordagem mais equitativa e sustentável no emprego de mão de obra estrangeira no Japão. O governo está agora revisando as recomendações do painel para tomar decisões informadas sobre as alterações no programa de treinamento.
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