Tóquio, Japão — A Daihatsu, renomada montadora japonesa, enfrenta uma crise significativa relacionada a irregularidades na obtenção de certificações de segurança, levando à decisão de suspender as operações em todas as suas fábricas de automóveis no Japão a partir da próxima segunda-feira (25).
A paralisação terá um impacto direto em 423 fornecedores de peças que mantêm transações com a Daihatsu, e a empresa está avaliando a possibilidade de oferecer compensações para mitigar as perdas de receita desses parceiros.
Entretanto, o alcance dos efeitos vai além desses fornecedores diretos. Segundo a Teikoku Databank, uma empresa de pesquisa privada, aproximadamente 8.136 empresas, incluindo subcontratados indiretos e empresas de transporte, mantêm negócios com a Daihatsu.
Muitas dessas empresas são de pequeno e médio porte, e a suspensão prolongada das operações da Daihatsu pode acarretar consequências severas para a economia regional.
Adicionalmente, a Daihatsu é líder no mercado de veículos leves no Japão, detendo uma participação de mais de 30%, e conta com cerca de 30.000 concessionárias em todo o país.
A paralisação afetará as quatro fábricas da montadora localizadas em Ryuo (Shiga), Oyamazaki (Quioto), Nakatsu (Oita) e Ikeda (Osaka).
A interrupção em Shiga, Quioto e Oita terá início na segunda-feira, enquanto a fábrica de Osaka suspenderá as operações no dia seguinte.
Anteriormente, a Daihatsu havia interrompido as vendas de todos os modelos de veículos após a descoberta de 174 casos de irregularidades em 64 modelos diferentes.
As irregularidades incluem a não realização dos devidos testes de segurança em colisões.
O Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo do Japão planeja verificar a conformidade desses modelos com os padrões nacionais. Até o momento, não há uma previsão clara para a retomada da produção nas fábricas, aguardando as medidas de correção e verificações em andamento.
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