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As pessoas vão ficar mais sozinhas nos próximos anos, segundo o Instituto

A estimativa foi realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisa Populacional e de Seguridade Social.

As pessoas vão ficar mais sozinhas nos próximos anos, segundo o Instituto
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Tóquio, Japão – O Japão enfrenta um novo desafio demográfico, conforme revelado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Populacional e de Seguridade Social nesta sexta-feira.

Segundo o relatório divulgado pela NHK, a projeção indica que o número de pessoas por domicílio no país cairá para menos de 2 dentro dos próximos nove anos, uma situação nunca antes registrada.

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Uma das razões apontadas para essa tendência alarmante é o crescente número de pessoas que optam por não se casar.

Com a população japonesa continuando a envelhecer, cresce a preocupação sobre como apoiar os idosos que não têm familiares para ajudá-los.

O levantamento, realizado a cada cinco anos, analisa o número de pessoas em cada família com base no censo nacional.

Os resultados são preocupantes até 2050, com uma previsão de aumento significativo na proporção de agregados familiares onde vive apenas uma pessoa.

Em 2020, a média era de 2,21 pessoas por família. Em 2023, esse número já havia diminuído para 1,99 e a estimativa é que caia ainda mais, chegando a 1,92 até 2050.

Outro dado alarmante é o aumento previsto no número de idosos que vivem sozinhos.

Estima-se que em 30 anos, 26,1% dos homens com 65 anos ou mais estarão nessa situação, um aumento de quase 10 pontos percentuais. Para as mulheres, a projeção é de um aumento de 5 pontos percentuais, totalizando 29,3%.

O diretor do Instituto, Takiko Fujii, enfatizou a necessidade urgente de considerar sistemas que não apenas forneçam cuidados de enfermagem, mas também apoiem os idosos em sua vida diária, incluindo questões financeiras.

O professor Katsuhiko Fujimori, da Universidade Nippon Fukushi, especialista em questões relacionadas aos idosos que vivem sozinhos, observou que as mudanças no perfil das famílias são evidentes.

Em 1980, por exemplo, 42,1% das casas tinham um casal e seus filhos, enquanto em 2020 essa proporção diminuiu para 25,2%, com um aumento significativo nos domicílios de pessoas solteiras.

Essa tendência, segundo Fujimori, demanda uma revisão do pensamento anterior sobre o papel tradicional da família na sociedade japonesa, especialmente no que diz respeito aos cuidados com as crianças e os idosos.

A preocupação com o futuro demográfico do Japão é evidente, e medidas urgentes são necessárias para lidar com os desafios que se avizinham.

Foto: Reprodução/PhotoAC

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