Polícia

Chamadas críticas da China levam a 225 consultas em delegacias de polícia no Japão

O problema surgiu com o início do despejo de água tratada de Fukushima no mar, pelo Japão

Chamadas críticas da China levam a 225 Consultas em Delegacias de Polícia no Japão
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Tóquio, JapãoNos últimos dias, um aumento notável no número de telefonemas críticos originados na China tem gerado preocupações nas autoridades japonesas. De acordo com fontes oficiais, até a última segunda-feira (28), 225 consultas foram registradas em delegacias de polícia em 31 províncias japonesas, todas referentes a chamadas telefônicas recebidas com o código de área 86, correspondente à China.

Os interlocutores do outro lado da linha têm expressado críticas contundentes à decisão do Japão de despejar água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima no oceano.

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As províncias mais afetadas por esses telefonemas críticos são as que abrigam órgãos públicos locais, empresas, hotéis, restaurantes, escolas e pontos turísticos. A polícia da província de Fukushima, onde a usina nuclear está localizada, registrou o maior número de reclamações, com 74 consultas vindas de residentes preocupados com a questão.

Autoridades locais temem que essa onda de ligações críticas possa impactar negativamente os serviços prestados à população. Um funcionário da subprefeitura do distrito de Chiyoda, em Tóquio, declarou: “Essas ligações podem atrapalhar os serviços que prestamos aos residentes do distrito. Eles causam muitos problemas e quem liga deve parar.”

Segundo relatos, as chamadas são realizadas em inglês, chinês e japonês, com as pessoas do outro lado da linha questionando o Japão sobre o despejo da água radioativa no oceano e gritando: “Por que você está poluindo o oceano?”

O despejo da água tratada da usina de Fukushima iniciou na quinta-feira (24), provocando fortes reações internacionais, principalmente por parte da China. O país vizinho expressou preocupações sérias em relação ao plano japonês, chegando ao ponto de cancelar a importação de alimentos originários do mar japonês.

Diante desse cenário, o ministro de Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, manifestou sua preocupação, chamando a situação de “extremamente lamentável e preocupante”. Hayashi também enfatizou a necessidade de uma resposta calma e construtiva por parte da China, reforçando a política japonesa de construir um relacionamento estável.

Além disso, o ministro Takeaki Matsumoto, responsável pela Administração Interna e Comunicações, revelou que tomou medidas junto às operadoras de telefonia para orientar os usuários sobre como lidar com chamadas incômodas, incluindo a possibilidade de bloquear números específicos.

A repercussão também atingiu o cenário político, com o representante do partido Komeito, Natsuo Yamaguchi, adiando sua visita à China como resultado desses eventos. Yamaguchi também pediu ao governo central que intensificasse a divulgação de informações, incluindo resultados de monitoramento, em línguas além do inglês.

À medida que as chamadas críticas persistem, as autoridades japonesas estão buscando soluções para mitigar o impacto dessas ações no funcionamento cotidiano e nas relações internacionais do país.

Foto: NHK/Reprodução

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