Seul – A Coreia do Norte tem planos para lançar seu primeiro satélite de reconhecimento militar no próximo mês, de acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (30) pela mídia estatal KCNA.
A medida, que visa monitorar as atividades militares dos Estados Unidos, tem atraído críticas significativas por sua potencial utilização de tecnologia de mísseis proibida.
Ri Pyong Chol, vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, manifestou fortes críticas aos recentes exercícios militares conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul. Para Ri, tais atividades constituem uma flagrante expressão de uma “ambição imprudente de agressão”.
Nos últimos meses, as forças militares americanas e sul-coreanas realizaram uma série de treinamentos, culminando na semana passada com o maior exercício de fogo real já realizado. Muitos desses exercícios foram anteriormente reduzidos devido às restrições da Covid-19 e aos esforços diplomáticos com a Coreia do Norte.
Ri defendeu que tais exercícios exigem que Pyongyang desenvolva “meios capazes de coletar informações sobre os atos militares do inimigo em tempo real”.
A fim de fortalecer suas capacidades de dissuasão, Ri afirmou que o país considerará ameaças presentes e futuras de maneira abrangente.
Em uma declaração oficial, foi revelado que o líder norte-coreano Kim Jong Un aprovou os preparativos finais para o lançamento do país do seu primeiro satélite espião militar.
A Coreia do Norte informou ao Japão que planeja lançar o satélite entre os dias 31 de maio e 11 de junho, levando Tóquio a colocar suas defesas contra mísseis balísticos em alerta máximo.
O Japão reagiu afirmando que derrubará qualquer projétil que ameace seu território, utilizando os sistemas de defesa Standard Missile-3 (SM-3) ou Patriot Missile PAC-3.
O ministro das Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, criticou a ação norte-coreana, classificando-a como uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Similarmente, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul condenou o uso de tecnologia de mísseis balísticos pela Coreia do Norte, reforçando a percepção de uma clara violação das sanções da ONU.
O porta-voz do ministério, Lim Soo-suk, exortou Pyongyang a abandonar o plano e prometeu uma resposta severa a qualquer lançamento.
O Departamento de Estado dos EUA reiterou a posição de seus aliados, afirmando que qualquer lançamento norte-coreano utilizando tecnologia de mísseis balísticos violaria as resoluções da ONU.
Analistas afirmam que, caso o lançamento prossiga, ele será mais um episódio na série de testes de mísseis e armas realizados pela Coreia do Norte, ampliando significativamente suas capacidades de vigilância e precisão no alvo em caso de conflito bélico.
Foto: Reprodução/REUTERS
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