Tóquio, Japão – A Coreia do Norte realizou mais um lançamento de míssil balístico em sua costa leste nesta quarta-feira (12), conforme anunciado pelo Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. Esse lançamento marca o décimo segundo teste realizado pelo país neste ano, demonstrando sua determinação em desafiar as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Segundo a Guarda Costeira do Japão, o míssil disparado provavelmente caiu fora da zona econômica exclusiva do Japão, cerca de 550 km (340 milhas) a leste da península coreana, aproximadamente às 11h13.
Os militares sul-coreanos informaram que se trata de um míssil de longo alcance, evidenciando a crescente capacidade da Coreia do Norte em seu programa de mísseis.
Esse lançamento ocorre após uma série de reclamações feitas pelo governo norte-coreano nos últimos dias sobre as atividades militares dos Estados Unidos.
A Coreia do Norte acusou aviões espiões americanos de violarem seu espaço aéreo em zonas econômicas, além de condenar a recente visita de um submarino americano de mísseis de cruzeiro movido a energia nuclear à Coreia do Sul.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, atualmente na Lituânia para participar da cúpula da Otan, ordenou que sua equipe colete informações e permaneça alerta diante de possíveis eventos imprevisíveis, conforme divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro.
No decorrer deste ano, a Coreia do Norte já testou seu primeiro míssil balístico intercontinental (ICBM) de combustível sólido e realizou uma tentativa malsucedida de lançar seu primeiro satélite espião por meio de um novo veículo de lançamento.
Tais ações são proibidas pelas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que impõem sanções ao país devido aos seus programas de mísseis e armas nucleares.
Analistas, com base em imagens de satélite comercial, sugerem que a Coreia do Norte está se preparando para exibições de força militar, incluindo um grande desfile, em comemoração à sua vitória na Guerra da Coreia de 1950-1953 contra os Estados Unidos, Coreia do Sul e seus aliados, que ocorrerá no próximo dia 27 de julho.
Kim Yo Jong, poderosa irmã do líder Kim Jong Un, acusou um avião espião militar dos Estados Unidos de violar a Zona Econômica Exclusiva do país em oito ocasiões, conforme relatado pela mídia estatal KCNA.
“Essa declaração belicosa de Kim Yo Jong contra as aeronaves de vigilância dos EUA faz parte de um padrão norte-coreano de inflar ameaças externas para angariar apoio interno e justificar testes de armas”, afirmou Leif-Eric Easley, professor de estudos internacionais da Universidade Ewha Womans em Seul.
“Pyongyang também usa suas demonstrações de força para perturbar o que percebe como coordenação diplomática contra si, como os líderes da Coreia do Sul e do Japão reunidos durante a cúpula da Otan”, acrescentou Easley.
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