O Japão deverá aumentar o orçamento de defesa para cerca de 43 trilhões de ienes (US$ 318 bilhões) entre os anos fiscais de 2023 e 2027. O plano do primeiro-ministro Fumio Kishida representa um aumento de mais de 50% em relação ao atual de gastos de cinco anos, disseram ministros na segunda-feira (5), publicou a Kyodo News.
O plano original chegava a 27,47 trilhões de ienes para cinco anos até o ano fiscal de abril de 2023, em vista da deterioração do ambiente de segurança regional diante das ameaças vindas da China e da Coreia do Norte.
Kishida se reuniu com o ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, e da Defesa, Yasukazu Hamada, e sua decisão veio após seu Partido Liberal Democrático (PLD) ter definido uma meta de dobrar os gastos com defesa para 2% ou mais do Produto Interno Bruto (PIB), chegando a um nível equivalente ao dos estados membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
O Japão tem limitado o orçamento anual de defesa em cerca de 1% do PIB, ou mais de 5 trilhões de ienes, enquanto mantém uma posição de política de segurança voltada para a autodefesa sob sua Constituição de renúncia à guerra.
Nesse caso, nos próximos cinco anos o Japão se veria forçado a garantir fontes financeiras estáveis diante de sua fragilidade fiscal, que é a pior entre as grandes economias industrializadas, com dívida pública mais do que o dobro do tamanho do PIB.
O plano do governo japonês, porém, pode também irritar China e Coreia do Norte, com Pequim expandindo sua influência militar na região da Ásia-Pacífico e Pyongyang mantendo suas ambições nucleares e de mísseis.
No novo plano de gastos com defesa para os próximos cinco anos até 2027, o Ministério da Defesa do Japão pressionou por cerca de 48 trilhões de ienes, enquanto o Ministério das Finanças disse que deveria ser mantido abaixo de cerca de 35 trilhões de ienes, segundo fontes do governo.
Membros do PLD, porém, argumentaram que deveriam ser alocados mais de 40 trilhões de ienes para fortalecer a capacidade de defesa do Japão.
O governo também deverá estabelecer uma nova estrutura para gastos não relacionados a defesa no valor de cerca de 2 trilhões de ienes, como o orçamento para a Guarda Costeira e a infraestrutura pública, disseram as fontes.
O governo deverá revisar fontes de receita para garantir o orçamento de defesa, com o corte de outros itens, evitando impor mais encargos financeiros aos consumidores e empresas, segundo a fonte.
A expectativa é de que o governo de Kishida atualize o programa de defesa de cinco anos, incluindo a Estratégia de Segurança Nacional, compilando o orçamento inicial para o ano fiscal de 2023 até o final deste ano.
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Fonte:Alternativa