Tóquio, Japão – O governo japonês propõe um aumento na cobrança do seguro social “shakai hoken” como resposta ao desafio da queda da população, de acordo com informações da agência de notícias Kyodo na última quarta-feira (24).
Essa medida, inédita no Japão, resultará em um acréscimo de aproximadamente ¥500 mensais, totalizando um aumento de ¥6.000 anuais por cidadão inscrito no seguro social, citaram várias fontes anônimas à agência Kyodo.
O plano, que planeja iniciar a coleta a partir do ano fiscal de 2026, estima arrecadar cerca de ¥1 trilhão anualmente, incluindo contribuições empresariais. Este valor será usado para uma estratégia sem precedentes para contrariar o encolhimento populacional, um problema que o governo considera “diferente de tudo feito até agora”.
No entanto, esta não é a única ação que o governo planeja tomar. Em paralelo, o governo japonês planeja emitir títulos adicionais ao longo de um período de dois anos para financiar parte dos gastos com cuidados infantis, revelou o jornal Yomiuri. Esta medida, no entanto, levanta preocupações sobre a já elevada carga da dívida pública.
Estas medidas serão incluídas na nova plataforma econômica de longo prazo do governo, com previsão de publicação em junho, de acordo com várias fontes governamentais citadas pelo Yomiuri.
O primeiro-ministro Fumio Kishida anunciou recentemente um plano para dobrar o auxílio-infantil nos próximos três anos. Em relação ao financiamento do pacote de gastos, Kishida descartou a possibilidade de aumento do imposto sobre vendas, sinalizando a emissão de dívida como principal opção de financiamento.
O governo, porém, está consciente das repercussões desta ação. “O primeiro-ministro enfatizou a importância de conquistar a compreensão das pessoas, ao mesmo tempo, em que aborda minuciosamente a reforma das despesas para minimizar os encargos públicos”, disse o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno.
O plano de financiamento proposto, que precisa de aproximadamente ¥3 trilhões (US$ 22,21 bilhões) por ano para implementar a política de cuidados infantis, visa reverter o declínio da taxa de natalidade no país. As estimativas sugerem que a emissão de dívida poderia cobrir cerca de um terço dos fundos necessários.
O governo japonês tem o desafio de gerir esta nova política com a já enorme dívida pública do país, sendo mais do que o dobro de sua produção econômica anual. A questão de como esta dívida adicional será administrada ainda não foi totalmente esclarecida.
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