Tóquio, Japão – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de setembro atingiu 2,8%, marcando o ritmo mais lento em um ano. Esse declínio nas taxas de inflação está relacionado ao aumento dos preços dos combustíveis, de acordo com dados do governo divulgados na sexta-feira. As informações são da Kyodo News.
O índice de setembro manteve-se acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco do Japão, marcando o 18º mês consecutivo nessa condição. As persistentes pressões inflacionárias foram impulsionadas por custos de importação mais elevados e pela fragilidade do iene. Em comparação com o aumento de 3,1% registrado em agosto, houve uma desaceleração na taxa de inflação.
O Banco do Japão espera que a inflação desacelere nos próximos meses. No entanto, fontes familiarizadas com o assunto afirmam que o órgão planeja aumentar sua atual previsão básica do IPC para o ano fiscal de 2023, elevando-a de 2,5% para cerca de 3,0%.
O IPC, que exclui alimentos frescos e produtos energéticos (conhecido como IPC básico), subiu 4,2% em setembro, ligeiramente mais baixo em relação ao aumento de 4,3% registrado em agosto.
Os aumentos nos preços de produtos e serviços são um desafio para os políticos, pois os salários não acompanharam o mesmo ritmo. Os preços da energia sofreram uma queda significativa, com uma redução de 11,7%, a maior em sete anos. A eletricidade caiu 24,6%, enquanto o gás urbano despencou 17,5%.
Para aliviar as pressões inflacionárias, o governo concedeu subsídios para reduzir os custos dos combustíveis. Sem esses subsídios, o núcleo do IPC teria aumentado 3,8% em setembro, de acordo com informações do Ministério.
Em contrapartida, os preços dos alimentos subiram 8,8%, e os preços dos serviços aumentaram 2% em setembro, mantendo o mesmo ritmo observado em agosto.
A preocupação atual no Japão envolve fatores como o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que pode afetar o fornecimento de petróleo bruto. O Japão é dependente das importações de energia e, portanto, vulnerável às oscilações dos preços do petróleo bruto, considerando também as repercussões da prolongada invasão da Rússia na Ucrânia.
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