Economia

Governo Japonês deve direcionar mais ajuda para famílias de baixa renda

Reestruturação econômica visa equilibrar inflação e crescimento para um futuro estável no Japão

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Tóquio, Japão — Em resposta aos desafios impostos pelo aumento do custo de vida, o governo japonês está planejando uma mudança significativa em sua estratégia de estímulo econômico.

Em uma proposta apresentada por membros do setor privado de um importante painel governamental na quinta-feira, é recomendado que o atual estímulo geral, destinado a amortecer o impacto do aumento da inflação, seja eliminado gradualmente. Em vez disso, a intenção é focar em apoio direcionado às famílias de baixa renda e regiões mais afetadas.

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A medida ocorre em meio a pressões políticas para estender o prazo de setembro para os subsídios destinados a reduzir as contas de luz e gás, que foram implementados como parte de um pacote de medidas para aliviar o sofrimento das famílias devido à crescente inflação.

As opiniões dos membros do setor privado, que incluem acadêmicos e executivos de negócios, têm grande influência nas futuras deliberações do governo sobre questões econômicas importantes. Essa proposta, se implementada, poderá ter um impacto significativo nas políticas públicas do país em resposta à atual situação inflacionária.

Inflação acima das expectativas preocupa o Banco do Japão

Em outra notícia relevante para a economia japonesa, o governo previu que a inflação no país excederá acentuadamente a meta de 2% do banco central neste ano. Essa previsão foi apresentada na quinta-feira e levanta preocupações sobre o futuro da política de juros ultrabaixos.

As estimativas foram anunciadas pouco antes da próxima reunião de política monetária do Banco do Japão, em que a diretoria irá revisar suas projeções trimestrais e discutir o progresso no cumprimento sustentável da meta de preços.

Segundo a revisão semestral do governo, a inflação ao consumidor está prevista para atingir 2,6% no ano fiscal que começou em abril, uma taxa significativamente mais alta do que a projeção de 1,7% feita em janeiro. O ano anterior registrou uma inflação de 3,2%.

Entretanto, em meio às projeções mais altas para o presente ano fiscal, o governo também antecipa uma desaceleração da inflação no próximo período, estimada em 1,9%, o que a aproximaria da meta de 2% do banco central.

Para os especialistas, as projeções de inflação do governo estão alinhadas com as expectativas do mercado, e muitos acreditam que o Banco do Japão poderá revisar suas próprias previsões de preços neste mês, dada a atual conjuntura econômica.

Desafios econômicos e busca por crescimento sustentável

Além das questões inflacionárias, o governo japonês também está lidando com desafios no campo do crescimento econômico. Em meio a sinais positivos, como aumentos salariais contínuos e um forte apetite por gastos corporativos, o primeiro-ministro Fumio Kishida destacou a natureza frágil da recuperação do país.

Em uma reunião do principal conselho econômico do governo, o primeiro-ministro ressaltou a importância de garantir que o Japão avance de maneira consistente para deixar para trás o período de deflação e caminhar em direção a uma sociedade onde os aumentos salariais se tornem uma norma.

Esse objetivo é particularmente relevante, uma vez que o Japão enfrentou mais de duas décadas de deflação e crescimento estagnado dos salários. O atual cenário de inflação acima da meta do banco central sugere a possibilidade de mudanças na política do banco, com a perspectiva de controle da curva de rendimento.

O presidente do Banco Central, Kazuo Ueda, descartou, no entanto, a chance de uma saída de curto prazo da política monetária ultrafrouxa, enfatizando que o recente aumento da inflação, impulsionado pelos custos, deve ser substituído por ganhos de preços resultantes de uma demanda doméstica robusta e maior crescimento salarial.

Com os desafios econômicos se acentuando e as decisões governamentais em pauta, o Japão enfrenta um momento crucial para moldar o futuro de sua economia e garantir um crescimento sustentável para o país e suas famílias.

Foto: AC

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