Tóquio, Japão — De acordo com estudo recente do Dai-ichi Life Research Institute Inc., as famílias japonesas serão forçadas a lidar com um acréscimo de ¥ 145.000 em despesas no presente ano fiscal, como consequência do aumento consistente nos preços de alimentos e outros produtos essenciais.
Moradora de Sagamihara, na província de Kanagawa, relatou já ter diminuído o número de refeições fora de casa para compensar o aumento nas despesas alimentícias. Segundo a mesma, o custo de alimentação de sua família subiu aproximadamente ¥ 20.000 mensais neste ano, sem considerar o aumento de cerca de ¥ 6.000 nas contas de serviços públicos. Em março, o orçamento familiar com alimentação aumentou em mais de ¥ 50.000.
Hideo Kumano, economista-chefe do Dai-ichi Life Research Institute Inc., projeta que essa onda de inflação intensificará a pressão financeira sobre as famílias com dois ou mais membros – excluindo o aluguel – em ¥ 12.116, ou 4%, ano a ano, durante o ano fiscal de 2023. O custo com alimentos, ressalta ele, deverá representar aproximadamente 60% do aumento estimado de ¥ 145.393.
O custo da eletricidade é previsto para aumentar em várias regiões a partir de junho, com um acréscimo médio nacional de 11%. Kumano adverte que, “Quando as contas de eletricidade sobem, as famílias tendem a economizar em itens alimentícios, como frutas e laticínios”.
Os dados da Teikoku Databank Ltd. indicam que a inflação nos preços de alimentos e bebidas começou em junho do ano passado, com os consumidores tendo que gastar mais para adquirir cerca de 7.800 produtos em outubro.
O complicador é a incompatibilidade entre o crescimento salarial e a inflação. Os salários nominais – que retratam o salário médio – subiram apenas 1,9% em relação ao ano anterior, segundo a Pesquisa de Trabalho de 2022 do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.
Tomoya Akatsu, gerente geral da rede de supermercados Benny Super, expressa a preocupação com os clientes. “Os aumentos de preços afetam nossos clientes. Estamos ficando sem paciência,” desabafa. Para cobrir o aumento nos custos de serviços públicos, que praticamente dobraram nos últimos dois anos, a pequena rede de supermercados está considerando aumentar os preços dos produtos.
A Intage Inc., uma empresa de pesquisa, relata que os preços médios de venda em supermercados e drogarias subiram 49% para folhas de alumínio e 28% para óleo vegetal em abril.
Um porta-voz da Teikoku Databank expressou preocupação de que, se houver uma transferência em larga escala do aumento do custo da eletricidade, “poderíamos ver uma nova onda de aumentos de preços”.
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