Tóquio, Japão — A Coreia do Norte sofreu um revés em sua sexta tentativa de lançamento de satélite nesta quarta-feira (31), conforme reportado pela mídia estatal do país.
O satélite “Chollima-1” falhou durante o segundo estágio do lançamento, com relatórios indicando que o propulsor e a carga caíram no mar. Esta é a primeira tentativa de lançamento desde 2016.
A agência de notícias estatal da Coreia do Norte, KCNA, citou problemas de instabilidade no motor e no sistema de combustível como causas do fracasso. O lançamento tinha como objetivo colocar o primeiro satélite espião do país em órbita.
As mídias japonesa e sul-coreana já haviam antecipado a possibilidade de fracasso antes do anúncio oficial da KCNA. Relatórios indicaram que o satélite desapareceu dos radares após o lançamento, sugerindo uma possível falha e explosão em pleno ar.
O lançamento faz parte de uma corrida espacial intensificada na região. A Coreia do Norte planejava lançar seu primeiro satélite militar entre 31 de maio e 11 de junho para monitorar as atividades militares dos EUA. Enquanto isso, a Coreia do Sul e a China também intensificaram suas atividades espaciais.
Apesar do fracasso, especialistas preveem que a Coreia do Norte continuará a divulgar propaganda sobre suas capacidades espaciais. “Independentemente de a atual missão de satélite da Coreia do Norte ser um sucesso ou não, pode-se esperar que Pyongyang emita propaganda política sobre suas capacidades espaciais”, disse Leif-Eric Easley, professor de estudos internacionais na Ewha University em Seul.
O lançamento gerou alarmes em Seul e na província japonesa de Okinawa, embora ambos tenham sido posteriormente cancelados.
As autoridades norte-coreanas informaram que o foguete seguiria para o sul, com detritos caindo sobre o Mar Amarelo e o Oceano Pacífico.
O uso de tecnologia de mísseis pela Coreia do Norte está em desacordo com várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA.
Especialistas ainda questionam a capacidade da Coreia do Norte de construir satélites funcionais, apesar de duas tentativas anteriores terem alcançado a órbita.
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