Tóquio, Japão – O Instituto Nacional de Estudos de Defesa do Japão emitiu um alerta na sexta-feira (24), destacando que China e Rússia compartilham um “objetivo estratégico comum” de criar uma nova ordem internacional, visando facilitar o uso da força para alterar o status quo.
Segundo a Kyodo News, o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente russo, Vladimir Putin, são vistos como tendo uma visão hostil da ordem global existente, baseada nos valores fundamentais da liberdade e da democracia.
O Relatório de Segurança da China do instituto, vinculado ao Ministério da Defesa japonês, ressalta que Xi e Putin consideram a ordem mundial atual como um “obstáculo” para fortalecer seus interesses e intensificaram sua colaboração para provocar mudanças nessa situação.
O documento surge em um momento em que o Japão e outras democracias, lideradas pelos Estados Unidos, estão monitorando as atividades militares provocativas da China na região do Indo-Pacífico e condenando a Rússia pela invasão da Ucrânia desde fevereiro de 2022.
De acordo com o relatório, o Partido Comunista da China busca alterar a ordem internacional pós-Guerra Fria para proteger seus “interesses fundamentais” por meio do uso da força, visando garantir a segurança de seu sistema político autoritário.
Xi Jinping expressou interesse em Taiwan, prometendo reunificar a ilha democrática autogovernada com o continente, inclusive pela força, se necessário. A separação entre Pequim e Taipei ocorreu em 1949 devido a uma guerra civil.
O presidente chinês considera a Rússia como um “importante parceiro estratégico” na busca por transformar a ordem existente. Embora ambos os países mantenham uma forte cooperação militar, incluindo patrulhas conjuntas próximas ao Japão, o relatório destaca que ainda não estabeleceram uma aliança militar formal.
O Instituto prevê que as tensões entre China, Rússia e as democracias lideradas pelos EUA, que buscam manter o status quo, devem aumentar e persistir no longo prazo, especialmente com o envolvimento de países em desenvolvimento e emergentes no “Sul Global”.
No âmbito japonês, o país tem buscado fortalecer suas capacidades de defesa e reforçar sua aliança com os Estados Unidos diante desse cenário geopolítico desafiador.
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