Fukushima, Japão — O Ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Yasutoshi Nishimura, realizou uma visita marcante a um supermercado em Fukushima nesta segunda-feira (28) com o objetivo de reforçar a confiança na segurança dos produtos pesqueiros provenientes da região de Tohoku, de acordo com informações da TBS, emissora de televisão japonesa.
Essa visita assume um significado crucial após o recente início do processo de despejo de água tratada da Usina de Fukushima Daiichi no oceano, que ocorreu na semana passada.
Durante sua visita, Nishimura fez um apelo para o apoio à comercialização dos frutos do mar capturados nas áreas de Sanriku e Joban. Além disso, ele teve a oportunidade de degustar alguns dos produtos locais, incluindo linguado e marisco Hokki, que foram pescados no dia seguinte ao início da liberação da água da usina.
O ministro enfatizou que a divulgação de dados sobre a segurança dos produtos é uma medida eficaz para combater quaisquer rumores prejudiciais e ressaltou a importância de implementar todas as medidas necessárias para garantir a confiança dos consumidores.
Recentemente, a Agência de Pesca do Japão conduziu análises sobre a concentração de trítio nos peixes capturados em um raio de 10 km da usina. Os resultados indicaram que os níveis de trítio estavam “indetectáveis”, ou seja, abaixo dos limites mínimos estabelecidos, durante os dois dias até domingo (27).
Por outro lado, após o despejo da água tratada, a China decidiu proibir a importação de frutos do mar do Japão, sem especificar quais produtos estão abrangidos por essa medida. Além da China, Hong Kong também adotou restrições às importações de mariscos de 10 regiões japonesas, enquanto a Coreia do Sul intensificou os testes de radiação em seus produtos pesqueiros.
Entendendo o Processo de Liberação da Água no Mar:
O Japão iniciou o processo de bombeamento de mais de um milhão de toneladas métricas de água tratada da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi. Essa água passou por destilação após ter entrado em contato com as barras de combustível do reator, que foi destruído durante um terremoto e tsunami em 2011.
Os tanques na usina contêm aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de água radioativa, equivalendo a cerca de 500 piscinas olímpicas.
A Tokyo Electric Power Company (Tepco) tem realizado a filtragem da água contaminada para remover isótopos, deixando apenas o trítio presente. Antes de ser lançada no oceano, a água está sendo diluída até que os níveis de trítio atinjam patamares abaixo dos limites regulatórios. Esse despejo ocorre a cerca de um quilômetro da costa, por meio de uma tubulação submarina.
O plano completo de liberação da água está programado para ser concluído em aproximadamente 30 anos. O governo japonês também assegurou que realizará monitoramentos constantes na área de despejo da água e publicará os resultados semanalmente a partir deste domingo.
Controvérsias Sobre a Segurança da Água:
Enquanto o Japão e organizações científicas afirmam a segurança da água tratada, ativistas ambientais expressam discordância. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou o plano de despejo, porém o Greenpeace argumenta que os riscos radiológicos não foram completamente avaliados.
O governo japonês sustenta que os níveis de trítio presentes na água estarão abaixo dos padrões de segurança estabelecidos para o consumo humano.
Foto: