Japão

Japão registra o semestre mais quente em 125 anos, diz jornal

Onda de calor sem precedentes afeta o país, trazendo preocupações com o aquecimento global e impacto nas áreas urbanas

Japão registra o semestre mais quente em 125 anos, diz jornal
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Tóquio, Japão — Segundo dados oficiais analisados pelo jornal Asahi, o primeiro semestre de 2023 no Japão testemunhou as temperaturas mais altas já registradas desde o final do século 19, quando iniciaram as medições.

Segundo a Agência de Meteorologia do Japão (JMA), a média de temperatura entre 1º de janeiro e 30 de junho deste ano foi de 12,14°C, superando o recorde anterior de 12,02°C estabelecido em 2020.

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A análise abrangeu informações compiladas a partir de 15 estações de observação espalhadas pelo Japão, utilizadas pelos meteorologistas para calcular as temperaturas médias em todo o país.

Dentre os meses do primeiro semestre, março se destacou com uma média de 10,36°C, ultrapassando o recorde anterior de 9,99°C registrado em 2021. O mês de junho também se destacou como o segundo mais quente, seguido por abril, que ocupou o quinto lugar na lista de meses mais quentes.

Em julho, o calor extremo atingiu um número significativo de áreas, com 2.435 locais registrando temperaturas de 35°C ou mais, marcando o segundo maior número de áreas afetadas por esse fenômeno desde o início dos registros em 2012, conforme relatórios da Kyodo News.

A cidade de Hirakata, localizada na província de Osaka, bateu o recorde de temperatura mais alta no país em 2023, atingindo impressionantes 39,8°C. O centro de Tóquio também enfrentou um clima excepcionalmente quente por 13 dias consecutivos em julho, estabelecendo um novo recorde para o mês.

Até 25 de julho, a média nacional de temperatura atingiu 25,42°C, superando o recorde anterior de 25,30°C, estabelecido em 1978. Os cientistas alertam que esse aumento significativo de 1,7°C ao longo dos últimos 120 anos é atribuído ao aquecimento global e a outros fatores.

Além do aquecimento global, os especialistas também apontam outro fator relevante: a diminuição do ar frio durante a primavera de 2023, o que contribuiu para a elevação da temperatura média, conforme explicou Masayuki Hirai, coordenador sênior de informações climáticas da JMA.

Enquanto as estações de observação da Agência estão localizadas em áreas remotas, como Abashiri em Hokkaido, Choshi na província de Chiba, Iida em Nagano, e a cidade de Miyazaki e a ilha de Ishigaki na província de Okinawa, os moradores das áreas urbanas são os mais afetados.

A média de temperatura nas cidades durante o primeiro semestre de 2023 foi de 14,47°C, superando o recorde anterior de 14,41°C em 2021.

A urbanização crescente, com vastas áreas cobertas por asfalto e as emissões de condicionadores de ar e automóveis, é apontada como uma das principais causas do aumento de 3 graus nas temperaturas médias urbanas ao longo dos últimos 120 anos.

Diante desse cenário alarmante, o Japão enfrenta desafios significativos em busca de soluções para mitigar os efeitos do aquecimento global e proteger suas populações urbanas da crescente onda de calor. Medidas de adaptação e combate às mudanças climáticas tornam-se cada vez mais urgentes para garantir um futuro sustentável.

Foto: Freepik

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