Tóquio, Japão — Os dados do governo divulgados nesta sexta-feira revelaram que a inflação no Japão permaneceu estável em agosto, mantendo-se acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco Central do Japão (BOJ) pelo 17º mês consecutivo.
Esse cenário sinaliza uma crescente pressão de preços, o que poderia reforçar a possibilidade de uma eventual mudança na política monetária ultraexpansiva.
A divulgação desses dados ocorreu horas antes do término da reunião de dois dias do BOJ, que iniciou na quinta-feira. Embora as expectativas apontem para a manutenção das políticas monetárias ultraexpansivas, o mercado está atento a qualquer indicação do presidente do BOJ, Kazuo Ueda, sobre a possibilidade de começar a reduzir os estímulos.
O índice de preços ao consumidor central (CPI), que exclui alimentos frescos voláteis, mas inclui os custos de combustível, registrou um aumento de 3,1% em agosto em relação ao ano anterior, superando a previsão de mercado de 3,0%. Os preços dos serviços também aumentaram, subindo 2,5% em relação ao ano anterior em agosto.
Analistas sugerem que, devido à persistente inflação, o BOJ provavelmente revisará suas projeções em outubro. Além disso, há especulações de que o BOJ poderá encerrar as taxas de juros negativas de curto prazo em resposta à pressão inflacionária.
No entanto, o BOJ minimizou a possibilidade de interromper seus estímulos no curto prazo, argumentando que os recentes aumentos de preços baseados em custos precisam se traduzir em aumentos na inflação impulsionada pela demanda antes que o banco considere a elevação das taxas de juros.
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