Tóquio, Japão — A província de Ibaraki, localizada na região de Kanto, é a que mais abriga estrangeiros que trabalham ilegalmente no Japão, segundo um relatório da Agência de Imigração divulgado nesta quinta-feira (6) pelo jornal Ibaraki Shimbun.
Segundo o documento, 1.283 estrangeiros foram flagrados em situação irregular em Ibaraki no ano passado, o que representa 20% do total de casos confirmados no país. A maioria deles (70%) estava empregada na agricultura, um dos setores mais fortes da província.
Ibaraki ocupa o primeiro lugar no ranking desde 2015, com exceção de 2021, quando foi superada por Chiba. Em 2022, Chiba ficou em segundo lugar, com 890 casos, seguida por Aichi, com 701.
Os estrangeiros que trabalham ilegalmente em Ibaraki são provenientes principalmente da Tailândia (312), Vietnã (300), China (287) e Indonésia (213). Eles costumam entrar no Japão com um visto de curta duração (até 90 dias) e permanecer no país após o vencimento, ou fugir de seus locais de treinamento antes do término do visto e buscar emprego em outro lugar.
Um tailandês que está sendo julgado por permanência ilegal disse que ganhava cerca de 30.000 ienes por mês em seu país e decidiu vir ao Japão para ter um salário melhor. Ele trabalhou na agricultura por quatro anos e pretende voltar à Tailândia com o dinheiro que economizou.
O relatório aponta que os estrangeiros ilegais negociam diretamente com os empregadores japoneses que buscam mão de obra barata, mesmo sabendo que é ilegal. Em 2021, um homem que contratou um estrangeiro sem permissão de trabalho foi condenado por auxiliar no trabalho ilegal. Ele disse que aceitou um estrangeiro que pediu trabalho e logo a notícia se espalhou entre as pessoas da mesma nacionalidade. Ele disse que só contratava durante a alta temporada, quando precisava de mais trabalhadores.
A polícia de Ibaraki prendeu 205 pessoas em 2022 por violar a Lei de Imigração. Desses, 18 foram suspeitos de auxiliar no trabalho ilegal. A polícia está alerta para o risco de trabalhadores ilegais se associarem a grupos criminosos estrangeiros ou se envolverem em outros delitos, e está trabalhando em coordenação com a agência para reprimir tais atividades.
Foto: REUTERS