Japão

Carlos Ghosn busca justiça em processo de US$ 1 bilhão contra a Nissan

Determinado a limpar seu nome, Ghosn declarou: "Vou dedicar todo o tempo necessário para que a verdade prevaleça."

Carlos Ghosn busca justiça em processo de US$ 1 bilhão contra a Nissan
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Beirute – O ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, anunciou na terça-feira (20) sua determinação em lutar “até o fim” em um processo judicial de US$ 1 bilhão contra a montadora japonesa. Essa é a primeira vez que Ghosn enfrenta um desafio dessa magnitude.

A cópia do processo movido por Ghosn no Líbano, que inclui alegações de difamação, calúnia e fabricação de provas materiais por parte da Nissan, além de 12 indivíduos e duas outras empresas, foi obtida pela Reuters. A Nissan, por meio de seu porta-voz, recusou-se a comentar sobre o assunto.

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Ghosn, que vive no Líbano desde sua fuga do Japão em um jato particular escondido em uma caixa, afirmou à Reuters: “Temos uma longa batalha pela frente. Vamos lutar até o fim.” O processo busca uma compensação de US$ 588 milhões por remuneração perdida e mais US$ 500 milhões por danos morais.

Durante uma entrevista em Beirute, Ghosn, um antigo magnata da indústria automobilística global, vestindo uma camisa azul de gola aberta, declarou: “O que estou pedindo é apenas uma pequena compensação em comparação com o que eles fizeram comigo.”

No final de 2018, Ghosn foi preso no Japão e acusado de subdeclarar ganhos, quebra de confiança e apropriação indevida de fundos da empresa. No entanto, ele negou as acusações, alegando que sua detenção fazia parte de uma conspiração da Nissan contra ele.

Após sua fuga para o Líbano em dezembro de 2019, Ghosn afirmou estar escapando de um sistema de justiça “manipulado” e se dedicaria a limpar seu nome. Promotores de Tóquio rebateram anteriormente as alegações de Ghosn, classificando-as como falsas.

Ao ser questionado se ampliaria sua ação legal para incluir a Renault, parte da aliança com a Nissan que ele idealizou, Ghosn respondeu que, no momento, está concentrado na Nissan. No entanto, ele afirmou que, se a montadora for considerada culpada, “terá que pagar”. Ghosn também alertou que a Nissan possui ativos em vários países, tornando-a vulnerável a um processo desse porte.

Desde 2019, Ghosn não deixou o Líbano devido a um Aviso Vermelho emitido pelo Japão pela Interpol. Ele explicou que montar seu caso exigiu tempo de sua equipe jurídica para reconstituir os fatos. Uma fonte judicial no Líbano informou que uma sessão no tribunal está marcada para o dia 18 de setembro, quando o processo terá início.

O ex-presidente da Nissan alega que documentos foram retirados de sua residência no Líbano sob pretextos no dia de sua prisão no Japão e compartilhados com as autoridades japonesas. Seu processo argumenta que crimes foram cometidos no Líbano, Japão, França, Brasil, Estados Unidos e Holanda, violando assim “a santidade de uma residência”.

Ghosn concluiu: “Tenho a intenção de recuperar meus direitos e reparar minha reputação. Vou dedicar todo o tempo necessário para que a verdade prevaleça.”

Foto: REUTERS

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