Tóquio, Japão — Uma recente pesquisa da Kyodo News revelou que a aprovação do gabinete do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, atingiu 23,8%, um aumento de 3,7 pontos percentuais em relação à mínima histórica registrada na pesquisa anterior do mês passado.
O escândalo de fundos políticos envolvendo o Partido Liberal Democrático (PLD) tem sido o epicentro das preocupações do público.
A pesquisa telefônica de três dias, realizada a partir de sábado, também destacou que 78,4% dos entrevistados estão insatisfeitos com a decisão do PLD de não punir Kishida, que também é presidente do partido, pelo escândalo.
A sondagem constatou que 93,3% dos entrevistados não acreditam que a investigação interna do PLD ou as deliberações parlamentares tenham esclarecido como as facções do partido reuniram fundos secretos ao longo dos anos e quem foi responsável.
O partido no poder está sob escrutínio, já que algumas de suas facções, incluindo a maior, anteriormente liderada pelo falecido primeiro-ministro Shinzo Abe, deixaram de relatar parte de suas receitas de festas de arrecadação de fundos e criaram caixas-pretas por anos.
Desde que o problema veio à tona no final do ano passado, ainda não está claro como e quando o esquema de caixa-preta começou e por que foi retomado após Abe decidir interrompê-lo em abril de 2022. Abe foi assassinado durante uma campanha eleitoral em julho de 2022.
Embora o PLD tenha punido um total de 39 membros, incluindo dois pesos-pesados da facção de Abe que foram instados a deixar o partido, 65,5% consideraram a ação disciplinar branda.
A mais recente pesquisa da Kyodo News foi realizada dias após a visita oficial de Kishida aos Estados Unidos, durante a qual ele concordou com o presidente Joe Biden em fortalecer a aliança de segurança bilateral e fez um discurso no Congresso.
A maioria dos entrevistados, 56,6%, teve uma visão positiva do resultado das conversas de cúpula, enquanto 36,8% foram negativos, mostrou a pesquisa.
Kishida esperava que sua bem-sucedida viagem aos EUA aumentasse sua aprovação e o ajudasse a posicionar-se melhor para dissolver a Câmara dos Representantes para uma eleição antecipada antes do término de seu mandato como presidente do PLD em setembro, de acordo com pessoas próximas a ele.
O atual mandato de quatro anos dos membros da Câmara dos Representantes expirará em outubro de 2025, a menos que Kishida dissolva a câmara.
No entanto, a aprovação do gabinete de Kishida permaneceu abaixo de 30%, um limite amplamente reconhecido como o “nível de perigo” para um governo, pelo sexto levantamento consecutivo.
Quanto ao resultado desejado das próximas eleições gerais, 50,5% dos entrevistados desejavam que as forças parlamentares dos campos governista e oposicionista estivessem equilibradas.
A pesquisa contatou 506 domicílios selecionados aleatoriamente com eleitores aptos e 3.583 números de telefone celular. Obteve respostas de 425 membros do domicílio e 624 usuários de celular.
Foto: Reprodução/Kyodo