Yokosuka, Japão — Os Estados Unidos e o Japão estão atualmente em discussões avançadas para firmar um acordo histórico que permitiria aos estaleiros japoneses assumirem a responsabilidade pela revisão e manutenção regular de navios de guerra da Marinha dos EUA.
A informação foi revelada pela agência Reuters nesta sexta-feira, em uma coletiva realizada na base naval de Yokosuka, localizada em Kanagawa, próxima a Tóquio.
Segundo o Embaixador dos EUA no Japão, Rahm Emanuel, esse acordo estratégico possibilitaria que os navios norte-americanos permanecessem nas águas asiáticas, prontos para responder a potenciais conflitos.
Emanuel ressaltou a importância da presença militar na região, especialmente diante da atenta observação da China sobre os movimentos navais na área, utilizando isso como métrica para avaliar o poder de dissuasão dos Estados Unidos.
Com a crescente expansão do poderio naval chinês, a Marinha dos EUA enfrenta desafios significativos. A China, de acordo com um recente relatório do Pentágono, possui agora mais de 370 navios e submarinos, superando numericamente a frota dos EUA.
Este desenvolvimento acelerado é uma preocupação, considerando o histórico domínio norte-americano nas águas asiáticas.
A utilização dos estaleiros japoneses seria uma solução estratégica para aliviar a pressão sobre os estaleiros americanos, que enfrentam atrasos significativos na manutenção, chegando a até 4.000 dias.
Isso permitiria que os estaleiros nos Estados Unidos concentrassem seus esforços na construção naval para expandir a frota.
O Japão, aliado dos Estados Unidos, já abriga a maior concentração de poder militar norte-americano no exterior.
Isso inclui o único grupo de ataque de porta-aviões operando a partir da base naval de Yokosuka. Um grupo de ataque é uma formação naval composta por um porta-aviões, apoiado por navios e submarinos adicionais, estacionado permanentemente em uma localização estratégica para permitir uma resposta ágil a situações na região.
A Sétima Frota, uma das principais divisões operacionais da Marinha dos EUA, é responsável por uma extensa área do Oceano Pacífico e do Oceano Índico e comanda até 70 embarcações e submarinos a partir da base naval japonesa.
A Mitsubishi Heavy Industries, fabricante de navios de guerra e submarinos para as Forças de Autodefesa do Japão, já opera estaleiros comerciais em Yokohama, próxima a Yokosuka. A empresa desempenhou papel fundamental em trabalhos de manutenção em navios da Marinha dos EUA no passado.
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