Tóquio, Japão – Os salários reais no Japão continuam sua trajetória de queda, atingindo o 16º mês consecutivo de declínio em julho, de acordo com dados do governo divulgados nesta sexta-feira (8). Esse cenário se deve ao fato de que os pagamentos não acompanharam o aumento dos preços, gerando preocupações sobre o poder de compra dos cidadãos japoneses.
Segundo os números revelados, a média salarial no país ficou estagnada em ¥272.120, enquanto as horas extras tiveram um modesto aumento de 0,5%, totalizando ¥19.054.
Essas tendências salariais no Japão atraem a atenção dos mercados financeiros globais, uma vez que o Banco do Japão considera os aumentos salariais sustentáveis como fator essencial para determinar quando e como retirar seu estímulo monetário ultra frouxo.
Os salários reais, ajustados pela inflação e que servem como um indicador do poder de compra dos consumidores, registraram uma queda de 2,5% em julho, em comparação ao período homólogo, após já terem caído 1,6% em junho. O índice de preços ao consumidor, utilizado para calcular os salários reais, permaneceu inalterado, mantendo-se em 3,9%.
No entanto, em contraste com essa tendência geral, os trabalhadores das principais empresas japonesas experimentaram um aumento de quase 4% em seus salários neste ano, conforme revelado por uma pesquisa conduzida pela Keidanren, a federação empresarial japonesa.
Diante desses desafios econômicos, o primeiro-ministro Fumio Kishida intensificou os esforços para encorajar as empresas a aumentar os salários e anunciou que o governo está se apressando na elaboração de novas medidas de estímulo para mitigar os impactos da crescente inflação.
Além disso, dados separados mostraram que os gastos das famílias japonesas tiveram a maior queda em quase dois anos e meio em julho, com uma redução de 5,0% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Por outro lado, o número de trabalhadores no Japão apresentou um aumento de 1,9% em julho, em comparação ao ano anterior, com um acréscimo de 1,2% entre os funcionários em geral e um aumento mais substancial de 3,2% entre os funcionários em tempo parcial.
O país continua a enfrentar desafios econômicos significativos, e os olhos dos observadores internacionais permanecem atentos às futuras tendências econômicas e medidas que serão implementadas para impulsionar a recuperação.
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