Economia

Inflação no Japão deve desacelerar no próximo ano e governo pede ação do BOJ

Ao eliminar fatores pontuais, governo busca atingir meta de 2% e mercado especula sobre ajuste na política monetária

Inflação no Japão deve desacelerar no próximo ano e governo pede ação do BOJ
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Tóquio, Japão — O governo japonês afirmou nesta segunda-feira (24) que a inflação do país deve desacelerar para cerca de 1,5% no próximo ano, ao eliminar fatores pontuais. O porta-voz do governo, Yoshihiko Isozaki, pediu ao Banco do Japão (BOJ) que trabalhe para alcançar sua meta de inflação de 2%.

Especulações no mercado indicam que o crescimento da inflação e dos salários pode levar o BOJ a ajustar sua política de controle de rendimentos em uma revisão de taxa de dois dias, que se encerra na próxima sexta-feira.

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O acordo conjunto assinado em 2013 entre o governo e o BOJ estabelece o compromisso de alcançar uma inflação de 2% o mais cedo possível. No entanto, a revisão de previsões feita pelo governo na semana passada aponta para uma inflação de 2,6% no ano fiscal iniciado em abril e 1,9% em 2024.

Isozaki explicou que essas previsões consideram o efeito-base dos subsídios do governo, sugerindo que a inflação real, desconsiderando esses efeitos, deve ficar em torno de 1,5% no ano fiscal de 2024. Essa perspectiva indica que a tendência da inflação pode ficar abaixo da meta do BOJ no próximo ano.

O governo expressou seu compromisso em combater a deflação e alcançar um ciclo positivo de salários, inflação, crescimento e distribuição. O porta-voz do governo afirmou que esperam trabalhar em coordenação estreita com o BOJ para atingir esses objetivos.

Contudo, as opiniões sobre a política monetária divergem. O principal diplomata monetário, Masato Kanda, sugeriu que a inflação recente e os aumentos salariais estão superando as expectativas. Por outro lado, fontes disseram à Reuters que o BOJ está inclinado a manter sua política de controle de rendimento estável nesta semana, embora não haja consenso dentro do banco.

O chefe do BOJ, Kazuo Ueda, enfatizou que a decisão sobre a política de controle de rendimento dependerá de saber se a inflação recente e o crescimento dos salários serão sustentados no próximo ano, especialmente com o suporte da demanda doméstica. O mercado aguarda ansiosamente pela decisão do BOJ ao final da revisão de taxa, que pode trazer repercussões significativas para a economia japonesa.

Foto: Freepik

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