Tóquio, Japão — Com um esforço estratégico para contrariar a queda preocupante na taxa de natalidade do Japão, o primeiro-ministro Fumio Kishida anunciou na terça-feira (13) um pacote de medidas sólidas. Kishida reconhece a urgência deste problema demográfico em face do rápido envelhecimento da população, uma ameaça à terceira economia mais poderosa do planeta.
Em meio a rumores de que Kishida pode dissolver a Câmara Baixa do Parlamento esta semana e solicitar eleições antecipadas, esta política chave emerge. Tal ato poderia aumentar o apoio ao partido governista, acentuando pedidos para gastos substanciais.
“Esta é nossa última oportunidade de alterar a tendência de queda no número de nascimentos até 2030,” Kishida expressou em uma coletiva de imprensa televisiva. Ele sublinhou que a baixa taxa de natalidade é um desafio significativo que não pode ser ignorado, pois afeta tanto a sociedade como a economia japonesas.
Novas Medidas à Vista
As propostas reformas, previstas para entrar em vigor em 2024, incluem a elevação da ajuda para as famílias, com o auxílio-infantil (jidou teate / 児童手当) aumentando para ¥30.000 mensais a partir do terceiro filho.
Além disso, o benefício, sendo atualmente dado para crianças de 0 a 15 anos, será estendido até os 18 anos e não haverá limite de renda, tornando todas as famílias elegíveis.
O primeiro e segundo filho receberão ¥15.000 mensais até completarem dois anos, após o que a ajuda será reduzida para ¥10.000 até os 18 anos. Em suma, uma família com três filhos pode receber de ¥50.000 a ¥60.000 por mês, totalizando cerca de ¥11 milhões ao longo de 18 anos, independentemente da renda da família.
Especulações Eleitorais e Fontes de Financiamento
O primeiro-ministro evitou responder a perguntas sobre uma possível eleição antecipada, afirmando que diversos fatores influenciarão essa decisão.
No entanto, alguns analistas acreditam que Kishida está ansioso para consolidar sua influência no partido antes da próxima disputa pela liderança em setembro.
O plano de Kishida prevê a alocação de cerca de ¥3,5 trilhões anualmente nos próximos três anos para subsídios de cuidados infantis e suporte para aqueles que tiram licenças maternidade ou paternidade. Entretanto, o governo ainda não esclareceu como financiará estas medidas, provocando temores de aumento da dívida.
Kishida rejeitou a possibilidade de um aumento de impostos no curto prazo, indicando que a emissão de títulos especiais de assistência à infância cobrirá o déficit de financiamento.
Para garantir fontes de financiamento estáveis, o governo também aumentará a arrecadação dos prêmios do seguro social e reduzirá o aumento nos gastos com a previdência social.
Kishida afirmou ser “inapropriado” criticar o governo por postergar uma decisão sobre as fontes de financiamento. Detalhes adicionais serão trabalhados até o final do ano, disseram autoridades.
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