Tóquio, Japão – Nesta segunda-feira (15), o primeiro-ministro Fumio Kishida emitirá uma ordem para que o governo e o banco central conduzam uma avaliação sobre a sustentabilidade dos recentes aumentos salariais, conforme relatado pelo jornal Nikkei no domingo (14).
Segundo o jornal, a avaliação terá como foco principal determinar se a riqueza está sendo distribuída de maneira a permitir que as famílias enfrentem o aumento do custo de vida e contribuam para atingir, de forma sustentável, a meta de inflação de 2% estabelecida pelo Banco do Japão. O Nikkei não mencionou suas fontes para essa informação.
Kishida emitirá a ordem durante uma reunião do principal conselho econômico do governo e solicitará que o conselho conduza avaliações regulares das perspectivas salariais, segundo o Nikkei.
A avaliação terá como objetivo esclarecer o papel que o governo e o Banco do Japão devem desempenhar para alcançar a meta de inflação de 2% e como devem responder caso a inflação se acelere, afirmou o jornal.
Em março, a taxa de inflação ao consumidor no Japão atingiu 3,1%, bem acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco do Japão. Isso se deu devido às empresas repassando o aumento dos custos das matérias-primas para os consumidores.
O chefe do banco central japonês, Kazuo Ueda, afirmou que o Banco do Japão manterá as taxas de juros ultrabaixas até que a recente inflação de custos se transforme em um crescimento sustentado dos preços, impulsionado por uma demanda doméstica robusta e acompanhado por salários mais altos.
AUMENTO DE SALÁRIOS
De acordo com o Nikkei, as empresas japonesas aumentaram os salários em média 3,89% este ano.
Esse ritmo de aumento foi 1,54% maior em comparação ao ano anterior, indicando que mais empresas estão aumentando os salários para compensar seus funcionários pelo aumento do custo de vida e para lidar com a escassez de mão de obra, afirmou o Nikkei.
As pequenas e médias empresas registraram um aumento salarial médio de 3,57%, o nível mais alto em 22 anos, desde que dados comparáveis começaram a ser disponibilizados.
A pesquisa foi conduzida em 308 empresas entre 31 de março e 20 de abril.
Foto: Reuters