Brasília – Em uma recente coletiva de imprensa, o Vice-Presidente e Ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, anunciou um significativo corte de IPI e PIS/Cofins para carros avaliados em até R$ 120 mil.
Esta ação, resultado de um acordo com a indústria automotiva, deve levar a uma redução de preços ao consumidor entre 1,5% e 10,96%, variando segundo a eficiência energética, o valor do veículo e o grau de nacionalização da produção.
Este movimento estratégico visa estimular a indústria automobilística brasileira, que atualmente opera com apenas 50% de sua capacidade instalada, de acordo com Márcio Lima Leite, Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Além disso, se espera que o preço do carro mais barato produzido no Brasil, atualmente em torno de R$ 70 mil, possa ser reduzido para menos de R$ 60 mil.
A redução de impostos será maior quanto mais popular for o veículo, e quanto maior for sua eficiência energética e o índice de produção nacional.
Segundo Alckmin, a redução máxima seria inicialmente de 10,79%, mas um comunicado subsequente do governo elevou o potencial de desconto para 10,96%.
Outras medidas também estão sendo consideradas pela indústria para reduzir o preço dos carros além dos cortes fiscais.
Uma delas é a ampliação das vendas diretas, em que os veículos são faturados diretamente pela fábrica para os consumidores.
Este incentivo ao setor automotivo é parte das promessas de campanha do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sempre enfatizou a necessidade de aumentar a produção de veículos no Brasil para gerar mais empregos e fortalecer a economia, especialmente no ABC Paulista, berço político do presidente.
Essa redução de impostos, ainda sem data para ser oficializada, será temporária. “O Ministério da Fazenda solicitou 15 dias para avaliar os impactos e poder prosseguir com a publicação da medida”, disse Alckmin.
O ideal para a indústria, segundo o Presidente da Anfavea, é que as medidas sejam aplicadas por 12 meses, para permitir uma reestruturação do setor, mas esse prazo continua sendo discutido pelo governo.
Além das mudanças fiscais, Alckmin anunciou a criação de uma linha de crédito de R$ 4 bilhões pelo BNDES para financiar a indústria de exportação, incluindo a automotiva. Metade desse valor será destinada ao financiamento da exportação e a outra metade, a investimentos.
Ainda que as medidas pareçam promissoras, especialistas como Cassio
Pagliarini, sócio da Bright Consulting, destacam a importância de aguardar a publicação oficial para avaliar o verdadeiro impacto desses cortes de impostos. “É preciso ver o texto das medidas anunciadas”, disse Pagliarini.
Foto: Antônio Salaverry/Shuttestock