Tóquio, Japão — A capital japonesa, reconhecida por sua vibrante vida urbana e inovações tecnológicas, enfrenta uma ameaça silenciosa, mas potencialmente catastrófica.
Um estudo recente da Sociedade Japonesa de Engenheiros Civis (JSCE) revelou que um grande terremoto na região metropolitana de Tóquio poderia resultar em perdas econômicas astronômicas de até 1.001 trilhão de ienes, um aumento significativo de 223 trilhões de ienes em comparação com estimativas anteriores.
Com a previsão do governo de uma chance de 70% de um terremoto de magnitude 7 atingir a região nos próximos 30 anos, a preocupação com a segurança e o bem-estar dos cidadãos nunca foi tão alta.
A memória do desastre causado por um abalo sísmico de magnitude 7,3 em 2013, com seu epicentro na placa do Mar das Filipinas, ainda ecoa nas mentes de muitos, destacando a vulnerabilidade das áreas urbanas densamente povoadas.
O impacto humano de tal catástrofe poderia ser igualmente devastador, com estimativas de até 610 mil casas e estruturas destruídas ou incendiadas, 23 mil vidas perdidas — 70% das quais devido a incêndios — mais de 123 mil feridos, 58 mil resgates de escombros necessários e até 7,2 milhões de pessoas deslocadas, necessitando de evacuação.
Em contraste com um estudo de 2018 focado no terremoto da falha de Nankai, que estimou danos econômicos em 1.410 trilhões de ienes, este novo estudo aborda as perdas indiretas, como a interrupção da produção e danos a infraestruturas essenciais, projetando um impacto de longo prazo de 954 trilhões de ienes ao longo de duas décadas.
A JSCE alerta para a redução das receitas fiscais do governo e a necessidade de um investimento colossal em reconstrução, mas oferece um vislumbre de esperança: investimentos proativos em fortalecimento de infraestrutura podem reduzir os danos econômicos em até 39%.
O professor Satoshi Fujii, da Universidade de Quioto e presidente de um subcomitê do painel, expressou sua esperança de que essa informação sensibilize o público e o governo sobre a importância da preparação e mitigação de desastres.
À medida que Tóquio se depara com essa realidade sombria, a mensagem é clara: a prevenção e o investimento em resiliência não são apenas prudentes, mas essenciais para salvaguardar o futuro da metrópole e de seus habitantes.
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