Tóquio, Japão — Em uma medida para lidar com a crescente escassez de mão de obra em vários setores industriais, o governo japonês anunciou planos para aceitar um número significativamente maior de trabalhadores estrangeiros nos próximos cinco anos.
Segundo informações divulgadas pelo jornal Mainichi e pela agência de notícias Kyodo nesta terça-feira (5), o Japão planeja receber até 820.000 trabalhadores estrangeiros sob o sistema de visto de “Habilidades Específicas” (tokutei ginou / 特定技能).
Esta iniciativa, mais do que dobrou o número estimado quando o sistema foi introduzido em 2019, refletindo a crescente dependência do Japão em mão de obra estrangeira para resolver desafios relacionados à falta de trabalhadores qualificados.
O visto de “Tokutei ginou” foi criado em 2019 com o intuito de facilitar a contratação de trabalhadores estrangeiros, especialmente oriundos de países asiáticos participantes do programa.
Este visto apresenta duas modalidades: o “Tipo 1”, destinado a 12 setores, incluindo agricultura e cuidados aos idosos, e o “Tipo 2”, direcionado a 11 setores como indústria naval e construção de navios.
O Tipo 1 possui um limite máximo de 5 anos de residência, enquanto o Tipo 2, que requer habilidades especializadas, pode ser renovado sem limites e permite que o estrangeiro traga sua família para residir no Japão.
Adicionalmente, o governo está considerando a inclusão de quatro novos setores, como motoristas de táxi e condutores de trens.
Apesar das restrições iniciais impostas pela pandemia de Covid-19, o número de trabalhadores estrangeiros qualificados aumentou, com mais de 200.000 pessoas aceitas até o final de novembro de 2023.
A expansão na aceitação de trabalhadores estrangeiros requer que as empresas que os contratam ofereçam treinamento em língua japonesa e formação profissional, além de levantar questões sobre o suporte à vida para cônjuges e filhos dos trabalhadores.
A decisão final sobre os novos números de aceitação está prevista para ser formalizada ainda neste ano fiscal, que se encerra em 31 de março, após discussões dentro do Partido Liberal Democrata (PLD).
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