Tóquio, Japão — No mês de janeiro, a produção industrial do Japão registrou uma queda de 7,5% em relação ao mês anterior, marcando o maior declínio desde maio de 2020, conforme dados divulgados pelo governo nesta quinta-feira.
A queda foi impulsionada pela redução na produção de automóveis, principalmente devido às suspensões nas empresas do grupo Toyota Motor Corp. em decorrência de escândalos de testes de segurança.
O Ministério da Indústria revisou para baixo sua avaliação básica pela primeira vez em seis meses, indicando que a produção industrial “mostrou fraqueza enquanto flutuava de forma indecisa”. No mês passado, o ministério havia relatado que a produção em dezembro estava “flutuando de forma indecisa”.
Este declínio representa a maior queda desde a redução de 8,0% observada em maio de 2020, quando a produção foi afetada pela pandemia de coronavírus, de acordo com o Ministério da Economia, Comércio e Indústria.
O índice sazonalmente ajustado de produção em fábricas e minas ficou em 97,6 em relação à base de 100 de 2020, conforme relatado em um relatório preliminar pelo ministério. Isso seguiu uma expansão de 1,4% em dezembro.
Com exceção dos equipamentos de transporte, excluindo veículos automotores, todos os outros 15 setores relataram redução na produção, com destaque para a queda de 17,8% na indústria automobilística.
A produção de máquinas elétricas e equipamentos de informação e comunicação eletrônicos, incluindo baterias de íon-lítio usadas em automóveis, caiu 8,3%, enquanto máquinas de uso geral e orientadas para negócios afundaram 12,6%.
Um oficial do ministério atribuiu o declínio acentuado na produção geral às paralisações na Toyota Motor e suas empresas do grupo, Daihatsu Motor Co. e Toyota Industries Corp., seguindo uma série de escândalos de testes de segurança.
A nevasca intensa durante o mês de reportagem também levou a paralisações na produção em algumas fábricas, devido em parte às dificuldades na obtenção de peças, disse o oficial.
Koichi Fujishiro, economista sênior do Instituto de Pesquisa Dai-ichi Life, afirmou que o revés é provavelmente temporário, já que a demanda permanece forte tanto no mercado interno quanto no externo.
“A produção provavelmente se recuperará em um futuro próximo”, disse ele.
Em janeiro, o índice de remessas industriais caiu 8,3%, para 96,2, marcando a primeira queda em dois meses, enquanto o de estoques caiu 1,8%, para 101,0.
Com base em uma pesquisa com fabricantes, o ministério espera que a produção expanda 4,8% em fevereiro e suba 2,0% em março.
No entanto, o oficial do ministério destacou a importância de continuar monitorando os efeitos de um terremoto de magnitude 7,6 que atingiu o Japão central no dia de Ano Novo, apesar de seu impacto limitado em janeiro.
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