Tóquio, Japão — Na quarta-feira (21), em Tóquio, Japão, a Toyota Motor optou por não responder à exigência do sindicato dos trabalhadores por aumentos salariais e bônus recordes, conforme relatado pela mídia local.
Essa decisão lança uma sombra de incerteza sobre as expectativas de que as negociações salariais resultem em concessões favoráveis aos trabalhadores.
Tradicionalmente, durante as negociações salariais realizadas na primavera, a Toyota é reconhecida por ser uma referência na oferta de ajustes salariais. Nos últimos dois anos, a empresa havia aceitado completamente as demandas do sindicato trabalhista já no primeiro dia das conversações.
No entanto, desta vez, em vez de uma resposta definitiva, um porta-voz da fabricante apenas declarou que as negociações continuarão na próxima rodada.
As próximas rodadas de negociações estão agendadas para 28 de fevereiro e 6 de março, antes da definição formal dos aumentos salariais para 2024, prevista para 13 de março, conforme é prática comum em outras empresas japonesas de destaque.
Este ano, a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores da Toyota está demandando bônus recordes, equivalentes a 7,6 meses de salário, enquanto busca aumentos salariais mensais de até 28.440 ienes (cerca de 189,57 dólares), dependendo das qualificações profissionais e da ocupação dos trabalhadores.
Os sindicatos iniciaram as negociações deste ano buscando aumentos salariais superiores aos do ano passado, que já foram os maiores em mais de três décadas.
Economistas estão prevendo que muitas grandes empresas oferecerão aumentos salariais consideráveis, esperando-se uma média de 3,9% ou mais.
Entretanto, existe uma preocupação de que o aumento nos preços possa superar o aumento do salário base, resultando em uma queda nos salários reais.
O governo japonês espera que essas negociações garantam aumentos salariais e uma inflação estável, visando superar duas décadas de deflação.
Os líderes do Banco do Japão estão observando de perto as negociações trabalhistas deste ano, pois consideram que aumentos salariais e de preços sustentáveis são pré-requisitos para a normalização da política monetária.
Caso os trabalhadores consigam os aumentos salariais esperados, isso poderá abrir caminho para o Banco do Japão abandonar suas taxas de juros negativas já em março ou abril.
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