Tóquio, Japão — Uma recente pesquisa conduzida pela Universidade Taisho revelou uma preocupante falta de interação entre japoneses e estrangeiros que residem em áreas afastadas das principais cidades do país.
O estudo, realizado entre outubro e novembro do ano passado, abrangeu residentes japoneses de 59 cidades e vilas em todo o território nacional, onde os estrangeiros representam 5% ou mais da população local.
O levantamento, no entanto, excluiu os 23 distritos de Tóquio e outras 20 principais cidades do país. Dos 1.194 entrevistados que forneceram respostas válidas, surpreendentes 83,8% afirmaram não ter intercâmbios regulares com os estrangeiros que vivem nas proximidades.
Entre os 16,2% que afirmaram interagir, a pesquisa revelou que 39,7% são colegas, 32,5% são vizinhos e 21,6% têm amigos estrangeiros.
Quando questionados se gostariam de ter mais estrangeiros em suas comunidades, 54,5% dos entrevistados foram categóricos ao responder “não”, citando preocupações sobre a possível deterioração da ordem social.
Essa tendência é particularmente preocupante em um momento em que o Japão enfrenta uma queda contínua na taxa de natalidade e uma diminuição da população em idade ativa.
Em contrapartida, o país testemunhou um aumento significativo no número de trabalhadores estrangeiros, atingindo um recorde de 2,04 milhões até o final de outubro de 2023, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.
A professora Yuko Tsukasaki, líder da pesquisa, enfatizou a importância de ouvir adequadamente os residentes estrangeiros e de esforçar contínuos para promover uma convivência harmoniosa.
Ela ressaltou que, dado o crescente papel dos estrangeiros na economia japonesa, é fundamental que o país se torne um lugar onde possam viver confortavelmente e construir carreiras duradouras.
“Devemos estar atentos às necessidades dos residentes estrangeiros e trabalhar incansavelmente para criar uma sociedade inclusiva e harmoniosa”, afirmou Tsukasaki.