Tóquio, Japão — O Ministério do Trabalho do Japão divulgou hoje dados preocupantes sobre o cenário salarial do país, revelando que o índice de salário real ajustado pela inflação caiu 2,5% em 2023 em comparação com o ano anterior. Essa queda representa o declínio mais acentuado desde 2014, quando houve uma diminuição de 2,8%, em meio ao impacto do aumento do imposto sobre o consumo, conforme relatado pela Jiji Press.
O relatório aponta que esta é a segunda queda consecutiva no índice, uma vez que o aumento salarial não conseguiu acompanhar a inflação, apesar das negociações alcançarem os níveis mais altos em 30 anos durante a primavera de 2023.
Segundo os dados, os salários nominais mensais por trabalhador aumentaram 1,2%, atingindo em média ¥ 329.859. Desse total, a remuneração regular, incluindo o salário base, aumentou 1,2%, enquanto as horas extras e outras remunerações não regulares cresceram 0,3%. Os pagamentos especiais, incluindo bônus, aumentaram 2%.
Entretanto, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), excluindo a renda imputada para calcular os índices de salários reais, subiu 3,8%, indicando uma disparidade significativa entre o aumento dos salários e o custo de vida.
Os dados também revelaram que os salários nominais totais dos trabalhadores em tempo integral aumentaram em média 1,8%, atingindo 436.849 ienes, enquanto aqueles em regime de tempo parcial aumentaram em média 2,4%, totalizando 104.570 ienes.
Além disso, o valor da hora de trabalho por pessoa teve um aumento modesto de 0,1%, atingindo uma média de 136,3 horas, sendo que as horas normais de trabalho aumentaram 0,2%, enquanto as horas extras diminuíram 0,9%.
Em dezembro, o índice de salários reais diminuiu 1,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, marcando o 21º mês consecutivo de queda, o que coloca em evidência a persistência dessa tendência negativa.
Esses números refletem um desafio significativo para os trabalhadores japoneses, destacando a necessidade de ações concretas para enfrentar a crescente disparidade entre os salários e o custo de vida no país.
Foto: Designi
