Tóquio, Japão — Empresas japonesas estão sendo instigadas a aumentar os salários de seus funcionários em 3,6% este ano, em uma tentativa de superar a inflação crescente, conforme destacado por um grupo de empresários entrevistados pelo Nikkei Asia.
Segundo dados mensais do Ministério da Saúde, Trabalho e Previdência, os salários nominais apresentaram um modesto aumento de 0,2% em termos anuais em novembro do ano passado.
Esses números, que englobam empresas com cinco ou mais funcionários, incluindo trabalhadores em tempo parcial, foram divulgados em meio a uma preocupação crescente com o impacto da inflação na economia.
Com um aumento de 3,3% nos preços ao consumidor no mesmo período, os salários reais sofreram uma queda de 3%, destacando a necessidade urgente de uma revisão salarial. Em 2023, empresas com 1.000 trabalhadores registraram um aumento salarial de 3,6%, segundo o Ministério.
As empresas reconhecem que o aumento dos salários reais é crucial para impulsionar a economia do Japão, embora enfrentem desafios decorrentes das flutuações nos preços.
Pelo menos quatro grupos empresariais acreditam que os salários reais poderão superar a inflação no segundo semestre do ano fiscal de 2024, iniciando em abril. O Daiwa Institute of Research, otimista, espera que esse cenário se concretize no trimestre de julho a setembro.
O primeiro-ministro Fumio Kishida, em reunião na última segunda-feira (22), anunciou medidas em conjunto com os setores público e privado para garantir que o rendimento dos trabalhadores exceda o aumento dos preços. Kishida fez esses comentários durante uma reunião que reuniu representantes do governo, das empresas e dos trabalhadores, discutindo estratégias para alcançar aumentos salariais sustentáveis nas negociações que começarão esta semana.
O presidente da Federação das Indústrias do Japão, a Keidanren, Masakazu Tokura, enfatizou a “responsabilidade social da Keidanren e das empresas para a realização de aumentos salariais estruturais”.
A presidente da Confederação dos Trabalhadores, Rengo, a maior organização trabalhista do país, Tomoko Yoshino, concordou, destacando que “é essencial expandir o alcance dos aumentos salariais em toda a sociedade”.
Ambos os líderes expressam o comprometimento em garantir não apenas o crescimento econômico, mas também o bem-estar dos trabalhadores no Japão.
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