Tóquio, Japão — Após duas semanas do devastador terremoto que sacudiu a península de Noto, em Ishikawa, algumas empresas estão começando a reabrir suas portas, mas o caminho para a normalidade é incerto em algumas áreas, dadas as extensas danificações causadas pelo abalo sísmico, conforme relata o Yomiuri.
Fabricantes estão fazendo uso de seus estoques e trabalhando arduamente para restaurar suas cadeias de abastecimento, a fim de minimizar impactos significativos na produção.
A Murata Manufacturing Co., Ltd., uma empresa de componentes eletrônicos, ainda não planeja reabrir três de suas 13 fábricas distribuídas por três províncias de Hokuriku, incluindo a região de Ishikawa. Caso a suspensão persista, a empresa está considerando a possibilidade de transferir a produção para outra unidade.
Da mesma forma, a NGK Insulators, fabricante de isoladores utilizados em transmissão de energia e equipamentos de subestações, indicou não haver perspectiva de retomar as operações em sua unidade na cidade de Shika, província de Ishikawa.
A empresa está avaliando a viabilidade de produção alternativa em uma de suas filiais.
Enquanto isso, a fábrica de semicondutores de potência da Toshiba, em Nomi, retomou parcialmente a produção em 9 de janeiro, enquanto realiza substituições e reparos necessários em peças e tubulações de equipamentos de fabricação.
A empresa visa restaurar totalmente sua capacidade de produção até o início de fevereiro, recorrendo, por enquanto, ao seu estoque de peças.
A Sankyo Tateyama, fabricante de materiais de construção, enfrenta desafios com afundamento do solo em sua fundição na cidade de Imizu, província de Toyama, e prevê a retomada da produção até o dia 24.
No setor farmacêutico, a Santen manteve a suspensão das operações em sua principal fábrica em Noto, província de Ishikawa. Embora a empresa assegure ter estoque suficiente para vários meses, a reabertura permanece incerta devido aos danos causados à fábrica e a alguns equipamentos.
A Sanken Electric, fabricante de equipamentos elétricos, ainda não reiniciou as três fábricas de semicondutores de potência em Ishikawa. A falta de energia e água prejudica os testes na sala limpa, essenciais para a produção.
A Japan Display (JDI), especializada em painéis LCD, adiou o reinício de sua produção, originalmente previsto para o dia 9, devido à falta de garantias quanto ao fornecimento de combustível para suas salas limpas. A empresa planeja retomar a produção ainda neste mês.
Por outro lado, empresas como a Meiji, detentora de 70% do mercado doméstico de leite para consumo infantil, estão aumentando a produção em resposta à crescente demanda após o terremoto.
A Ezaki Glico adiantou o cronograma de produção em suas fábricas parceiras para garantir um fornecimento estável. Ambas as empresas relatam que os pedidos mais que dobraram em comparação aos anos anteriores.
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