Tóquio, Japão — O presidente da renomada seguradora Sompo Japan, Giichi Shirakawa, anunciou sua renúncia ao cargo nesta sexta-feira (8) em decorrência do envolvimento de sua empresa no escândalo de fraude da rede de lojas de carros usados Big Motor. A notícia foi divulgada pela emissora NHK.
O que motivou a renúncia?
Shirakawa, ciente da possibilidade de fraude relacionada aos pedidos de seguro feitos pela Big Motor no ano passado, agora admite que sua decisão de retomar as transações com a empresa foi inadequada. Em uma coletiva de imprensa realizada na sede da seguradora em Shinjuku, Tóquio, ele detalhou a cronologia dos acontecimentos, as ações tomadas e a nova estrutura de gestão.
O presidente admitiu que sua decisão de reatar as transações durante o verão passado careceu de uma análise apropriada e demonstrou falta de consideração pela proteção dos clientes e pela responsabilidade social da empresa.
Ele esclareceu que seu objetivo não era impulsionar as vendas, mas sim preocupações com a possibilidade de a empresa perder negócios caso os rumores sobre seus concorrentes se confirmassem.
Shirakawa também lamentou não ter adotado uma postura mais firme por medo de retaliação por parte da Big Motor. Além disso, ele reconheceu que não incluiu a questão em reuniões formais nem informou a matriz, Sompo Holdings. Em retrospecto, ele reconheceu que, dada a história de monitoramento da Big Motor, deveria ter exigido melhorias antes de retomar as transações.
Escândalo de Fraude da Big Motor
A Big Motor admitiu em um relatório que estava envolvida em fraudes contra três seguradoras, incluindo a Sompo Japan. A fraude consistia em danificar intencionalmente veículos para inflar o valor dos pedidos de seguro.
Conforme apurado por um comitê de investigação, durante o processo de reparo de veículos, danos eram deliberadamente causados, incluindo a quebra de faróis, arranhões na lataria com chave de fenda ou lixa, e impactos com uma bola de golfe inserida em uma meia.
Posteriormente, a Big Motor solicitava valores mais elevados das seguradoras para reparar os danos nos veículos.
A renúncia de Giichi Shirakawa marca um momento crucial nesse escândalo que abalou o setor de seguros e levanta questões sobre a necessidade de maior vigilância e responsabilidade no mercado.
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