Tóquio, Japão — A renomada empresa de revenda de carros usados, Big Motor, encerrou suas operações em quatro de suas filiais nas províncias de Aichi, Mie, Kochi e Miyazaki, conforme informou o jornal Sponichi neste domingo (3).
Essas medidas de encerramento fazem parte de uma ampla reestruturação empresarial, impulsionada pelos problemas financeiros enfrentados pela Big Motor devido a um escândalo relacionado a seguros contra acidentes de veículos.
No mês passado, a Big Motor se viu compelida a quitar uma dívida no valor de ¥9 bilhões, uma vez que não conseguiu refinanciar seus empréstimos junto aos bancos credores.
As filiais, que foram fechadas eram de menor porte, focadas na compra e venda de veículos, e suas atividades foram transferidas para unidades maiores nas mesmas regiões.
Um especialista em automóveis, ao comentar sobre a situação, alertou que mais encerramentos podem estar no horizonte, uma vez que as vendas despencaram consideravelmente em decorrência dos problemas enfrentados pela empresa.
Além disso, a empresa enfrenta um árduo caminho para restaurar sua imagem e reputação. O presidente da Big Motor, Shinji Izumi, enviou um comunicado por e-mail aos funcionários, declarando que “a verdadeira batalha pela sobrevivência agora está em curso”.
Essa declaração sugere uma pressão significativa sobre os colaboradores para maximizar cada yen possível. Surgiram relatos de assédio moral e ações judiciais relacionadas a demissões injustas, o que torna ainda mais desafiadora a recuperação da empresa.
As Irregularidades da Big Motor
A Big Motor admitiu em um relatório oficial, que estava envolvida em práticas fraudulentas contra três companhias de seguros, deliberadamente danificando veículos para inflar o valor das reivindicações de seguro.
Conforme detalhado no relatório compilado por um comitê de investigação, a empresa provocava danos propositais durante o reparo de veículos, incluindo a quebra de faróis, arranhões na lataria com chave de fenda ou lixa, ou até mesmo batendo na carroceria com uma bola de golfe inserida em uma meia.
Posteriormente, a Big Motor apresentava demandas às seguradoras por quantias substancialmente maiores para cobrir os supostos reparos dos veículos danificados.
Foto: Reprodução/Google Maps