Japão

Tóquio adota resposta gravada para chamadas da China sobre água de Fukushima

Após despejo de água no mar, autoridades recebem 34 mil ligações

Tóquio adota resposta gravada para chamadas da China sobre água de Fukushima
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Tóquio, Japão — Entre os dias 24 e 31 de agosto, o governo metropolitano de Tóquio relatou ter recebido um total de 34.300 ligações supostamente originadas na China, conforme reportado pelo jornal Asahi. As chamadas vêm à tona após o início do despejo de água radioativa tratada da usina de Fukushima Daiichi no mar, uma medida que tem gerado indignação na comunidade internacional.

A decisão de lançar a água tratada de Fukushima no mar foi tomada em 24 de agosto, após a aprovação de uma agência internacional. Desde então, diversos órgãos públicos, estabelecimentos comerciais e escritórios em Tóquio afirmam estar recebendo ligações provenientes do código 86, que é associado à China. Os interlocutores dessas chamadas têm expressado críticas à decisão do governo japonês.

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No auge do incidente, em 25 de agosto, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, relatou que o governo metropolitano recebeu cerca de 19.200 ligações em um único dia. As chamadas são feitas predominantemente em chinês, embora alguns interlocutores também tenham utilizado palavras em japonês. Em um caso, o interlocutor permaneceu em silêncio.

Koike reforçou que o programa de lançamento de água no oceano foi conduzido de acordo com padrões e práticas internacionais, adotando todas as medidas de segurança necessárias. Ela enfatizou a importância de informações precisas em um contexto tão delicado.

Até o dia 30 de setembro, o Ministério das Relações Exteriores do Japão registrou aproximadamente 500 ligações de cidadãos chineses preocupados com a situação, enquanto a Tokyo Electric Power Co. (TEPCO), operadora da usina, alega ter recebido mais de 6.000 ligações semelhantes até 27 de agosto.

A TEPCO, responsável pelo gerenciamento da usina de Fukushima, explicou que utiliza um processo especial para filtrar a água radioativa, removendo todos os isótopos, exceto o trítio, um isótopo radioativo de hidrogênio de difícil separação.

O despejo da água radioativa faz parte de um programa controverso para o desmantelamento da usina, que foi danificada no tsunami de 2011 e que enfrentava limitações de espaço para o armazenamento da água tratada.

Em resposta à avalanche de chamadas suspeitas originárias da China, as autoridades de Tóquio implementaram um sistema de mensagem gravada em chinês a partir da última sexta-feira, 1 de setembro.

A mensagem destaca que o despejo da água no mar está em conformidade com os padrões e práticas internacionais, além de enfatizar que a água é diluída para reduzir os níveis de trítio a patamares inferiores aos de países vizinhos. O sistema também assegura que rigorosas medidas de segurança estão sendo adotadas para garantir a inocuidade da água tratada.

O novo sistema de mensagem automática já foi ativado em resposta a 198 chamadas suspeitas durante seus primeiros 105 minutos de funcionamento. Autoridades de Tóquio planejam manter o sistema em operação para lidar com a crescente onda de ligações provenientes da China.

Foto: Freepik

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