Tóquio, Japão — O governo japonês está prestes a estabelecer um novo recorde de orçamento para o próximo ano fiscal de 2024, com a cifra projetada a ultrapassar os 114 trilhões de ienes em relação aos 114 trilhões de ienes de 2023.
Essa notável solicitação orçamentária foi impulsionada pelo Ministério da Defesa, que, diante das crescentes tensões na região, requereu um valor sem precedentes de 7,738 trilhões de ienes. Esta informação foi divulgada pelas fontes de notícias confiáveis Yomiuri e Kyodo News.
Todos os ministérios e agências governamentais tiveram um prazo até a última quinta-feira, 31 de agosto, para apresentar suas solicitações orçamentárias. O valor total oficial será anunciado pelo Ministério das Finanças no início de setembro, com a elaboração do orçamento final programada para dezembro deste ano.
No ano anterior, os pedidos dos diferentes ministérios já haviam atingido um recorde de 111,655 trilhões de ienes, mas a atenção se concentra agora no notável aumento solicitado pelo Ministério da Defesa, que requer 7,7 trilhões de ienes. Isso representa um aumento de aproximadamente 1 trilhão de ienes em comparação com o orçamento do ano fiscal de 2023.
Parte desses recursos será destinada à construção de dois contratorpedeiros equipados com o sistema de intercepção de mísseis Aegis, desenvolvido pelos Estados Unidos, e ao aprimoramento da capacidade defensiva do Japão.
Além disso, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar também apresentou um pedido significativo, totalizando 33,727 trilhões de ienes, representando um aumento de 1,8% em relação ao orçamento inicial do ano fiscal de 2023. Este montante inclui 520 mil milhões de ienes destinados a acomodar o aumento natural das despesas de segurança social, particularmente relacionadas à assistência médica, devido ao envelhecimento da população japonesa.
Por outro lado, a Agência para Crianças e Famílias, criada em abril, solicitou 4,048 trilhões de ienes.
No entanto, vale ressaltar que uma parte substancial desse aumento nas despesas exigirá financiamento por meio da emissão de títulos governamentais, o que é preocupante, uma vez que a saúde fiscal do Japão já é a pior entre as nações desenvolvidas.
A dívida do Japão atingiu a cifra alarmante de 28,14 trilhões de ienes, um aumento de 2,89 trilhões de ienes em relação ao ano fiscal de 2023, baseado em uma suposta taxa de juros mais elevada.
O primeiro-ministro Fumio Kishida planeja expandir o orçamento para apoiar os cuidados infantis, em uma tentativa de reverter a queda na taxa de natalidade do país. Ele tem a intenção de dobrar os gastos nessa área até o início da década de 2030.
Com o rápido envelhecimento da população japonesa, prevê-se que as despesas com seguridade social, que já representam cerca de um terço do orçamento do Estado no ano atual, continuem a aumentar, devido à crescente pressão sobre os custos médicos e os benefícios de pensões.
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