Tóquio, Japão – A Tokyo Electric Power (Tepco) declarou que não foram identificadas quaisquer irregularidades nas amostras de água do mar coletadas próximo de sua instalação nuclear em Fukushima. Isso ocorre após o início do processo de descarga de água radioativa tratada no Oceano Pacífico pela primeira vez. Os resultados foram divulgados pelo jornal Asahi em 25 de Agosto.
Os dados do monitoramento foram obtidos a partir de 10 pontos de coleta situados ao longo da costa sido anunciados um dia após o início da liberação da água. Essa ação faz parte de um programa controverso implementado após o desastroso incidente ocorrido em 2011.
Os resultados das amostras revelaram níveis de trítio inferiores a 10 becquerels por litro, muito abaixo do limite de 700 becquerels auto-imposto pela Tepco e do limite de 10.000 becquerels estabelecido pela Organização Mundial da Saúde para a água potável.
Vale ressaltar que a água da usina de Fukushima passou por um processo de filtragem antes de ser liberada, utilizando o Sistema de Processamento Líquido Avançado (ALPS). Contudo, esse sistema não consegue eliminar o trítio presente na água.
A Tepco definiu um limite de concentração de trítio em menos de 1.500 becquerels por litro. Caso essa concentração exceda os 700 becquerels, a empresa interromperá imediatamente a descarga e procederá com uma verificação minuciosa de seus equipamentos.
A segurança da água é defendida pelo Governo Japonês
O governo japonês sustenta a segurança do processo de liberação da água, sendo essa uma posição respaldada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que alega que o impacto sobre a população e o meio ambiente será “insignificante”.
Várias instituições e entidades, incluindo o Ministério do Meio Ambiente do Japão, a própria Tepco e a AIEA, estão conduzindo testes e monitorando a qualidade da água e dos peixes na região.
O plano consiste em liberar aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de água contaminada tratada no Oceano Pacífico, uma vez que o complexo nuclear de Fukushima está enfrentando escassez de espaço para armazenamento.
Essa medida é crucial para o progresso do processo de desmantelamento da usina nuclear de Fukushima Daiichi, que sofreu danos devido ao terremoto de magnitude 9,0 e ao subsequente tsunami em março de 2011.
Restrições às exportações de frutos-do-mar japoneses
Após o início da liberação da água, a China optou por proibir a importação de frutos-do-mar originários do Japão. Entretanto, os produtos específicos abrangidos por essa proibição não foram detalhados.
Essa proibição recebeu críticas por parte do Ministro das Pescas do Japão, Tetsuro Nomura, especialmente em vista do fato de que a União Europeia havia recentemente suspendido todas as restrições relacionadas a produtos oriundos de Fukushima.
Com planos de diversificar suas exportações de pescado e explorar novos mercados, o Japão busca novas oportunidades, tendo em vista que a China representou mais da metade das exportações japonesas de vieiras no ano de 2022.
A decisão da China impactou mais de 700 empresas japonesas do setor de alimentos que dependiam das exportações. Além da China, Hong Kong também proibiu a importação de mariscos provenientes de 10 regiões japonesas, enquanto a Coreia do Sul intensificou os testes de radiação em seus frutos-do-mar.
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