Brasil

MPF: Barbosa cometeu o crime porque não queria divórcio e temia perder visto no Japão

Acusado vira réu por duplo homicídio qualificado e enfrentará julgamento no Brasil

MPF: Barbosa cometeu o crime porque não queria divórcio e temia perder visto no JapãoAnderson Robson Barbosa com a esposa Manami Aramaki e filha Lily de 3 anos
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Curitiba, Paraná — O Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba revelou hoje que Anderson Robson Barbosa, cidadão paranaense de 34 anos, enfrentará julgamento por ter supostamente assassinado sua esposa e filha no Japão em razão de sua recusa ao divórcio. Segundo informações da agência de notícias Jiji Press, baseadas no G1, os fatos foram revelados nesta quarta-feira (16).

De acordo com documentos judiciais apresentados pelo MPF e dados fornecidos pelas autoridades policiais japonesas, a esposa de Barbosa manifestou o desejo de se separar devido ao comportamento abusivo e violento do acusado.

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Entretanto, o brasileiro alegadamente temia que um divórcio resultasse na perda de seu visto de residência no Japão, onde vivia há mais de nove anos. Consequentemente, teria optado por cometer o alegado homicídio, segundo o MPF.

Denúncias e acusações

Na terça-feira (15), Anderson Robson Barbosa foi formalmente acusado e se tornou réu, enfrentando julgamento após a Justiça Federal acatar a denúncia do MPF. As acusações incluem duplo homicídio qualificado por motivo fútil, com uso de método cruel, resultando na dificuldade e impossibilidade de defesa das vítimas. Além disso, Barbosa é acusado de assassinar a própria filha.

Segundo informações do G1, a denúncia também qualificou o crime como feminicídio, ressaltando o contexto de violência doméstica e desrespeito à condição da mulher.

Defesa e processo judicial

O advogado de defesa de Barbosa, Jessé Conrado, afirmou em nota que testemunhas de defesa serão convocadas para apresentar fatos relevantes, visando demonstrar a suposta injustiça e excessividade das acusações.

Barbosa permanece em prisão preventiva no Complexo Médico Penal (CMP) em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Devido à ausência de um tratado de extradição entre Brasil e Japão, as autoridades japonesas solicitaram que o julgamento seja realizado com base nas leis brasileiras. Para isso, estão enviando documentos, provas, resultados de perícias e outras informações pertinentes.

Caso em análise

O caso envolve o assassinato a facadas de Manami Aramaki, esposa japonesa de 29 anos, e sua filha Lily, de 3 anos. Os corpos das vítimas foram encontrados no apartamento em que residiam, em Sakai, na manhã de 24 de agosto do ano anterior. As perfurações, principalmente na parte superior dos corpos, eram evidentes.

Após os fatos, Barbosa foi inserido na lista de procurados internacionais pela polícia de Osaka. Ele fugiu do Japão antes do crime vir à tona.

Prisão e desfecho

A Polícia Federal prendeu Barbosa em São Paulo em 14 de julho, quase um ano após o crime. De acordo com uma nota divulgada pela PF na época, a cooperação internacional entre a Polícia Federal e as autoridades japonesas permitiu localizar e prender Barbosa após sua fuga para o Brasil.

A PF também realizou busca e apreensão na residência da família do acusado em Cambé (PR), com mandados expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba.

Segundo relatos, Barbosa estava vivendo em um apartamento em Bela Vista, São Paulo, alugado por uma amiga. Alegadamente, ele passava a maioria do tempo em casa, exceto quando saía para passear com seu cão de estimação. Relatos sugerem que Barbosa demonstrava instabilidade mental, sendo observado chorando com frequência.

Há cerca de dois meses antes de sua prisão, uma brasileira de 27 anos, natural de Aichi, alegou ser sua namorada e passou a residir com ele.

Foto: Reprodução/Facebook

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