Tóquio, Japão — A economia japonesa enfrenta um cenário de desafios, e uma pesquisa recente realizada pelo jornal Asahi revelou que pelo menos 57% das empresas têm planos de aumentar os preços de seus produtos até o final do ano.
Em entrevistas conduzidas com representantes de 100 empresas entre os dias 3 e 14 deste mês, 33 delas confirmaram que pretendem implementar aumentos em seus produtos e serviços entre julho e dezembro, enquanto outras 24 revelaram que essa possibilidade está sendo considerada.
O aumento dos preços das matérias-primas e os custos de transporte colocam uma pressão significativa nas operações das empresas, levando-as a tomarem essa decisão, como apontou Naomi Ishii, vice-presidente executiva da Suzuki Motor Corp.
Tamotsu Hiiro, presidente da McDonald’s Holdings Co., também destacou que a depreciação do iene e o aumento nos preços das matérias-primas, que começou no ano passado, devem persistir, justificando ainda mais a medida.
No período entre janeiro de 2022 e junho deste ano, 53 das 57 empresas entrevistadas já haviam realizado aumentos de preços. Apenas 13 entrevistados, incluindo empresas financeiras, afirmaram que não pretendem seguir essa tendência.
A invasão da Ucrânia pela Rússia é apontada como um dos fatores responsáveis pelo aumento das matérias-primas e outros recursos. Além disso, a depreciação do iene, devido ao aumento das taxas de juros pelos bancos centrais dos EUA e da Europa, também contribuiu para elevar os preços de bens e serviços.
As empresas que planejam aumentar os preços justificaram a decisão com base no custo crescente de energia e matérias-primas. Algumas delas também mencionaram o enfraquecimento do iene e os altos custos de importação.
Outros fatores citados pelas empresas incluem o aumento dos custos com recursos humanos e avanços em qualidade e desempenho.
De acordo com Naoya Araki, presidente da H20 Retailing Corp., os consumidores estão se adaptando aos preços mais altos e aceitando-os em suas escolhas de consumo.
O presidente da Skylark Holdings Co., Makoto Tani, observou que os preços variam segundo a localização das unidades, com aumentos mais expressivos nas áreas urbanas em comparação com as regiões rurais.
Kensuke Hosomi, presidente da FamilyMart Co., destacou que as vendas de determinados produtos permaneceram praticamente inalteradas desde que a rede de lojas de conveniência aumentou os preços no ano passado, sugerindo que os clientes estão aceitando essa mudança de cenário econômico.
A situação econômica atual requer atenção e medidas estratégicas para enfrentar os desafios impostos pelos custos crescentes, tanto para as empresas quanto para os consumidores. O mercado japonês segue em busca de soluções para equilibrar a inflação e a qualidade de vida da população.
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