Tóquio, Japão — Desde o trágico assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe em 8 de julho de 2022, o Japão tem lutado para avançar na adoção de medidas legais para regulamentar vídeos e sites online que apresentam instruções sobre a fabricação de armas e explosivos.
De acordo com relatos da mídia local, o país tem enfrentado obstáculos em seus esforços para garantir um controle mais rígido sobre esses conteúdos.
A Agência Nacional de Polícia do Japão recentemente solicitou ao Ministério da Indústria, responsável pela legislação sobre a produção de armas, que considerasse a implementação de regulamentações para vídeos e sites desse tipo.
No entanto, o ministério rejeitou essa proposta, argumentando que os esforços da polícia já são suficientes para lidar com a situação.
O assassinato de Shinzo Abe ocorreu na cidade de Nara, enquanto ele fazia um discurso para uma campanha eleitoral. O suspeito do ataque, identificado como Tetsuya Yamagami, utilizou uma arma caseira que teria fabricado, utilizando tubos e outros componentes.
Acredita-se que Yamagami tenha obtido conhecimento sobre a fabricação dessas armas e explosivos por meio de vídeos disponíveis na internet. A Agência Nacional de Polícia enfatiza que é problemático que tais conteúdos possam ser facilmente acessados e utilizados por indivíduos com más intenções.
Em resposta a essa preocupação crescente, a agência iniciou, em fevereiro deste ano, uma campanha para solicitar que operadores de sites e redes sociais, tanto dentro como fora do Japão, excluam qualquer conteúdo que forneça informações sobre a fabricação de armas e explosivos.
No entanto, esses esforços ainda não resultaram em progresso significativo na regulamentação desses materiais.
Com o aumento da conscientização sobre os perigos associados à disseminação de informações sobre fabricação de armas, o governo japonês está enfrentando pressão para agir com maior rigor nessa questão. No entanto, o debate sobre como equilibrar a liberdade de expressão e a segurança pública continua a desafiar as autoridades.
À medida que o Japão busca maneiras eficazes de lidar com essa questão complexa, é provável que a discussão sobre a regulamentação de vídeos e sites relacionados à fabricação de armas e explosivos continue a ocupar um lugar central no cenário político e na sociedade japonesa nos próximos meses.
Foto: Reprodução/Inside Edition