Tóquio, Japão — Em meio a preocupações com o recente enfraquecimento do iene, o Japão declarou que não descartará nenhuma medida para enfrentar movimentações cambiais excessivas. O vice-ministro das finanças para assuntos internacionais, Masato Kanda, alertou sobre a rápida e unilateral desvalorização da moeda japonesa em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (26).
Durante a entrevista, Kanda ressaltou que as moedas devem se manter estáveis e refletir os fundamentos econômicos. Na sexta-feira (23), o iene japonês atingiu uma mínima de sete meses em relação ao dólar, ultrapassando 143 ienes, além de chegar a uma mínima de 15 anos em relação ao euro, com um valor inferior a 155 ienes.
O iene, frequentemente considerado um ativo de refúgio, está enfrentando uma pressão renovada de venda, o que pode resultar em um aumento nos custos de importação, impactando os consumidores. Diante dessa situação, Kanda afirmou: “Temos todas as opções disponíveis e não descartamos nenhuma”, mas se recusou a comentar sobre as ações imediatas a serem tomadas.
A divergência de políticas monetárias entre o Banco do Japão (BOJ) e o Federal Reserve dos Estados Unidos impulsiona o dólar, uma vez que o Japão continua com uma política monetária flexível, enquanto o banco central dos EUA está adotando uma abordagem mais agressiva para combater a inflação.
A última vez que o Japão realizou uma intervenção para comprar ienes foi em outubro, quando a moeda atingiu uma mínima de 32 anos em relação ao dólar, chegando a aproximadamente 152 ienes. Sobre a possibilidade de uma nova intervenção, Kanda afirmou que nenhuma opção está descartada.
Kanda destacou ser prejudicial para a economia quando as taxas de câmbio se movem excessivamente, independentemente da direção. Ele ressaltou que os movimentos recentes estão ocorrendo de forma rápida e unilateral, e que as autoridades estão monitorando cuidadosamente a situação, prontas para responder adequadamente a movimentos excessivos.
Além disso, o vice-ministro das finanças enfatizou que o foco está no ritmo das movimentações do iene, não apenas em seus níveis. Os investidores têm vendido ienes desde que o BOJ manteve as taxas de juros ultrabaixas em 16 de junho e reiterou seu compromisso com estímulos massivos, em contraste com outros bancos centrais que estão endurecendo a política monetária para combater o aumento da inflação.
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