Anjo, Japão – Uma brasileira de 42 anos teve seu pedido de auxílio subsistência (seikatsu hogo) negado em Anjo (Aichi) devido a um erro cometido por um funcionário da prefeitura, que a considerou uma moradora de rua. A agência de notícias Kyodo reportou o caso na quarta-feira (21).
Apesar de residir em um apartamento público, o funcionário afirmou que a brasileira estava em situação de rua. A Kyodo obteve acesso a uma gravação de áudio que comprova essa declaração equivocada.
Posteriormente, a brasileira conseguiu obter o auxílio, mas decidiu denunciar o caso à Associação de Advogados da Província de Aichi, alegando ter sido alvo de comentários discriminatórios por parte do funcionário, como “você deveria voltar para o seu país”.
Até o momento, a prefeitura justificou a situação afirmando que “a explicação pode não ter sido transmitida corretamente” através de um intérprete. No entanto, espera-se que a administração reveja sua posição diante das dúvidas que surgiram a respeito do relato do funcionário.
A mulher brasileira em questão possui visto de longa permanência e é mãe de dois filhos, um bebê e uma criança em idade escolar. Devido às dificuldades enfrentadas durante a pandemia de Covid-19, ela perdeu o emprego e passou a enfrentar dificuldades financeiras, o que resultou no atraso do pagamento do aluguel do imóvel público em que vivia. Além disso, seu marido foi detido anteriormente por dirigir sem carteira de habilitação.
Dois funcionários da prefeitura, que lidaram com o caso em 22 de novembro do ano passado, questionaram a brasileira sobre o atraso no pagamento do aluguel, afirmando: “Você está violando as regras e ocupando ilegalmente o imóvel. Afinal, você só tem um teto sobre a cabeça. Como você pode dizer que não está em situação de rua com base nisso?”
Segundo as diretrizes governamentais, é possível solicitar seikatsu hogo mesmo estando em situação de rua. No entanto, o funcionário da prefeitura de Anjo negou o benefício devido a uma informação equivocada.
Foto: AC
