Tóquio, Japão — Surpreendendo o mercado global, as exportações japonesas mostraram um crescimento inesperado em maio, impulsionadas principalmente pelo setor automobilístico.
No entanto, a economia nipônica tem enfrentado desafios decorrentes da inflação e da alta das taxas de juros, levando a um ritmo de recuperação econômica irregular.
As empresas de serviços, como hotéis e restaurantes, experimentam um ressurgimento significativo desde o alívio das restrições relacionadas à Covid-19. Contudo, indústrias que lidam com produtos cíclicos, como a fabricação de semicondutores, encontram-se em uma posição delicada, afetadas pela queda na demanda.
Segundo dados revelados pelo Ministério das Finanças japonês na quinta-feira, 15 de junho, as exportações cresceram 0,6% em relação a maio do ano passado, impulsionadas por um surpreendente aumento de 66% na exportação de veículos. Este é o 27º mês consecutivo de crescimento, embora a um ritmo mais lento comparado a fevereiro de 2021.
As exportações de semicondutores e produtos relacionados têm mostrado fragilidade, uma tendência confirmada pela diminuição expressiva nos envios para países como Taiwan e Coreia do Sul, segundo analisou Darren Tay, economista da Capital Economics.
Segundo Takeshi Minami, economista-chefe do Norinchukin Research Institute, em 2023 a demanda doméstica poderá momentaneamente superar a queda das exportações como um dos principais vetores de crescimento da economia japonesa.
Os dados sobre os pedidos de maquinário, também divulgados na quinta-feira, realçam os desafios enfrentados pelos fabricantes. No entanto, a demanda por itens como computadores, proveniente do setor de serviços, resultou em um aumento geral dos pedidos de maquinário de 5,5% em abril.
A economia japonesa teve um desempenho acima do esperado no primeiro trimestre de 2023, com um crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7%, superando a previsão inicial de 1,6%.
Em contrapartida, as importações caíram 9,9% até abril, devido principalmente à diminuição dos preços das commodities. Em termos regionais, as exportações japonesas para a China, o maior parceiro comercial do Japão, caíram 3,4% em maio, ao passo que as exportações para os EUA cresceram 9,4% no mesmo período.
Kazuma Kishikawa, economista do Daiwa Institute of Research, opina que a estabilização das taxas de juros pelo Federal Reserve dos EUA pode impulsionar ainda mais o consumo privado americano, resultando em um cenário positivo para as exportações japonesas. Kishikawa acredita que a demanda por produtos chineses e a redução das restrições de oferta para os fabricantes japoneses deverão contribuir para um aumento gradual no volume de exportações do Japão.
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