O Ministério da Defesa do Japão expressou sua intenção de avaliar a possibilidade de recrutar candidatos com tatuagens para vagas militares nas Forças de Autodefesa, caso sejam considerados funcionários adequados após educação e treinamento.
Essa decisão foi tomada em resposta a uma pergunta feita por Masahisa Sato, membro do Partido Liberal Democrata (PLD), durante uma sessão parlamentar.
Ao contrário de outros países, como a Coreia do Sul, o alistamento militar não é obrigatório no Japão. No entanto, há uma preocupação com que jovens altamente motivados têm sido rejeitados devido à presença de tatuagens, mesmo que sejam pequenas e de natureza estética.
O parlamentar Sato destacou que essa restrição tem prejudicado não apenas o fortalecimento da base de recursos humanos, mas também outros aspectos relacionados às Forças de Autodefesa.
O Ministério da Defesa ressaltou o declínio no número de nascimentos no Japão no ano passado, que ficou abaixo de 800 mil pela primeira vez. Diante dessa situação demográfica, o ministério afirmou ser necessário considerar a possibilidade de recrutar candidatos com tatuagens.
Atualmente, os candidatos a oficiais das Forças de Autodefesa são recrutados principalmente entre os graduados do ensino médio. No entanto, o número de interessados está diminuindo devido ao declínio da taxa de natalidade e ao desinteresse dos jovens, que preferem ingressar em universidades.
O Japão, que abdicou do direito de travar guerras após a derrota na Segunda Guerra Mundial, planeja aumentar os gastos com defesa para atingir 2% do produto interno bruto nos próximos cinco anos. Essa medida colocaria o Japão como o terceiro maior país em gastos militares do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
Essa mudança nos gastos com defesa reflete a crescente preocupação do Japão com a possibilidade de a China atacar Taiwan, o que poderia ameaçar as ilhas japonesas próximas e restringir as rotas marítimas utilizadas para o transporte de petróleo do Oriente Médio. Além disso, o Japão continua enfrentando ameaças constantes da Coreia do Norte.
Foto: Tomohiro Ohsumi/Getty Images